São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Atritos gerados fora do gramado movem protagonistas do jogo em que o Corinthians desafia tabu contra o Santos

Conflitos de gabinete invadem clássico

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma série de conflitos, a maioria criados em escritórios, move corintianos e santistas no clássico de hoje, às 16h, no Pacaembu.
São duelos que envolvem pelo menos um protagonista que mudou de lado recentemente, como Fábio Costa, desafeto da diretoria do Santos, e Ricardinho e Luxemburgo -os dois saíram do Corinthians brigados com os dirigentes.
O caso mais recente é o de Fábio Costa. Ele acionou na Justiça o ex-clube, que deixou em janeiro.
"O Fábio só entrou com essa ação para desviar a atenção da má fase que ele vive no Corinthians", disse Mário Mello, gerente jurídico do Santos, numa mostra do clima nada amistoso que o goleiro encontrará hoje no ex-time.
O camisa 1 quer receber cerca de R$ 2 milhões. "O presidente Marcelo [Teixeira] ficou descontente com a ingratidão dele e deixou de pagar algumas coisas pendentes. Mas foram só cerca de R$ 90 mil", declarou Mello. Ele disse que a dívida será paga e que espera entrar em acordo com o jogador.
O agora corintiano vai encarar o ex-time pela primeira vez. "Enfrentar o Santos não vai ser algo normal para mim", falou ele.
Já Ricardinho jogará contra o Corinthians pela primeira vez como santista. O meia enfrentou o ex-clube no ano passado enquanto estava defendendo o São Paulo.
A sua ida para o clube do Morumbi, em 2002, fez com que se tornasse desafeto da cúpula corintiana, que comemorou o fracasso do jogador no rival.
O vice de futebol, Antonio Roque Citadini, que não engoliu a saída e foi criticado por torcedores na época, descartou sua volta.
"Depois que ele saiu do clube, só nós falamos uma vez, rapidamente. O que ele fez [trocar o Corinthians pelo rival] foi muito complicado", afirmou Citadini.
Porém, o dirigente diz ainda ter um bom relacionamento com Vanderlei Luxemburgo. O ex-técnico santista foi demitido pelo vice corintiano no final de 2001.
"Sempre que nos encontramos, conversamos. Só que, quando tenho uma divergência com ele, falo na cara", afirmou o dirigente.
Antes da demissão, Citadini se envolveu numa polêmica para defender o treinador justamente contra o seu atual técnico, Tite.
Na final da Copa do Brasil, o gaúcho comandou o Grêmio no triunfo em pleno Morumbi, alavancou sua carreira e ficou com a fama de ter dado um nó tático no adversário. Irritado, Luxemburgo trocou farpas com o então iniciante colega.
Os dois evitam falar em duelo particular hoje. "Não somos amigos, temos um relacionamento profissional", disse Tite. O santista diz encarar o jogo como todos os outros do Brasileiro. "Esse clima todo é criado por vocês [jornalistas]", falou Luxemburgo.
Os dois treinadores se reencontram em situações bem diferentes em relação ao fim do duelo naquela decisão da Copa do Brasil.
O santista tenta manter a recuperação de seu time na classificação, enquanto o corintiano ainda busca a sua primeira vitória para começar a afastar o clube da zona de rebaixamento da competição.
Além disso, o Santos defende o tabu de sete jogos -seis vitórias e um empate- contra o rival. A última vitória corintiana aconteceu em 2001, por 2 a 0, no Nacional.


Colaborou Fausto Siqueira, da Agência Folha, em Santos

NA TV - Globo, ao vivo, às 16h, para SP



Texto Anterior: Equipes seguem tática importada
Próximo Texto: Corinthians tenta brecar início ruim
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.