FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MAGNY-COURS

Para a Michelin, lutar pela vitória em casa, hoje, é uma questão de honra. Para a Renault, idem.
E, unidas, as marcas francesas cumpriram ontem a primeira parte do objetivo. Calçado com os pneus feitos em Clemont-Ferrand, a 150 km de Magny-Cours, e empurrado pelo motor construído em Viry-Châtillon, a 230 km da pista, Fernando Alonso cravou a pole do GP da França.
É a primeira vez no ano que o piloto espanhol da Renault larga na ponta do grid -em 2003, conquistara duas poles. Em segundo, sai Michael Schumacher.
É, também, a primeira vez em 20 anos que a Renault larga na frente em casa. A última pole position diante de sua torcida havia sido conquistada por Patrick Tambay, em 1984, quando a F-1 ainda corria em Dijon-Prenois.
A largada para o GP da França, que abre a segunda metade do Mundial de F-1, acontece às 9h (horário de Brasília), com TV.
"Depois de um começo de campeonato tão complicado para mim, é claro que estou satisfeito de voltar a andar na frente. Mas o que importa é amanhã [hoje]", disse Alonso, cuja melhor posição no grid neste ano havia sido o quarto lugar, no GP de Mônaco.
Não por coincidência, o pole no principado havia sido seu companheiro de Renault, Jarno Trulli, que acabou vencendo a prova.
Encravado na Côte d'Azur, ao sul da França, Mônaco é visto como a "segunda casa" tanto para a Renault como para a Michelin.
Para defender a honra em seu território, a Renault preparou para este final de semana um novo aerofólio traseiro e um motor alguns cavalos mais potente -os números são mantidos em sigilo.
Já a Michelin trouxe para Magny-Cours um composto definido por seu chefe, Pierre Dupasquier, como "competitivo".
Até agora, vem dando certo.
Quinto na pré-classificação, Alonso fez 1min13s698 na sessão oficial. Depois, entraram Kimi Raikkonen, David Coulthard, Schumacher e Juan Pablo Montoya. Ninguém chegou perto.
O hexacampeão, que acumula seis vitórias e três poles no circuito, ficou a 0s273. Coulthard, até agora a maior surpresa do final de semana, ficou em terceiro, a 0s289 da marca do espanhol.
Schumacher admitiu que esperava coisa melhor. "Pelo menos estou na primeira fila. Mas a segunda posição não era o que eu planejava. Simplesmente não fui rápido o bastante no último trecho do circuito", disse o alemão.
Largar atrás, porém, não vem sendo um problema para ele. Nas duas últimas etapas, Canadá e EUA, Schumacher largou em sexto e segundo, respectivamente. Venceu ambas, com folga.
Seu companheiro de equipe, Rubens Barrichello, teve problemas hidráulicos, não participou da pré-classificação e no treino oficial ficou só em décimo. Pior do que isso pela Ferrari, só no GP da Alemanha de 2000, quando saiu em 18º e conquistou sua primeira vitória na categoria.