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Para Parreira, Brasil não teve um líder como Dunga
Técnico vê falha de Roberto Carlos, declara que poderia ter havido "mais disposição" e que não houve racha na equipe
"Ninguém queria ser mais campeão que eu", diz ele, que já decidiu futuro, mas não revela, e viu Zidane, "brilhante", em dia de Pelé
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O ambiente da seleção era
bom, disse ontem no Rio o técnico Carlos Alberto Parreira,
63. Na entrevista, ele afirmou
que a seleção não tinha um líder como Dunga e apontou falha de Roberto Carlos, que não
acompanhou a investida de
Henry na área brasileira no gol
da França. Contudo fez elogios
ao lateral e disse que já tomou a
decisão sobre seu futuro.
LÍDER
"A gente não tem jogador
com as características do Dunga. Essa liderança era dividida
entre Cafu e outros jogadores."
CONTINUAR NO CARGO
"Já tomei a decisão, mas (...)
vou conversar com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Isso é irrelevante, se o técnico vai
continuar. Temos quatro anos
pela frente. Há muito tempo
para desenvolver um projeto."
PROTESTOS
"A gente não tem que se basear nas opiniões de momento
do torcedor. Dois dias antes do
jogo com a França, saiu no Datafolha uma pesquisa: 71% dos
brasileiros eram favoráveis à
continuidade do Parreira. Ganhamos todos os torneios. Não
é o resultado que apagará tudo.
Infelizmente, o Brasil não estará na final, e lamentamos."
TORCIDA
"Torcedor gosta de ganhar.
Nós ganhamos quatro partidas.
Foi a minha primeira derrota
dirigindo a seleção em Copa."
TRISTEZA
"Estamos tristes. Ninguém
queria ser mais campeão do
mundo do que eu."
ROBERTO CARLOS
"É um lapso, coisas que acontecem. Por isso o futebol é maravilhoso. Se ninguém errasse,
os jogos terminavam 0 a 0. Foi
uma falha, sem dúvida, que redundou no gol da França."
RENASCIMENTO
"A gente vai ressurgir. O futebol brasileiro é forte. Temos
uma geração muito boa. Faz
parte do jogo perder, ganhar.
Ninguém ficou satisfeito. Agora é pensar na Copa de 2010."
RACHA
"O ambiente era bom. Não
teve racha. Não vamos procurar bode expiatório onde não
existe. Perdemos um jogo. Não
houve divisão do grupo."
APATIA
"Até os 20 minutos o time até
dominou. A França tinha nove
atrás da linha da bola. Era difícil entrar. No segundo tempo,
quando acho que a gente melhoraria, tomamos o gol muito
cedo, com 11 minutos. Aí mudou. Eles foram para trás. Acho
que no primeiro tempo talvez
pudesse ter tido um pouquinho
mais de disposição, para girar a
bola com mais velocidade."
INTERVALO
"No vestiário, dei uma chamada no time. A gente precisava ter vontade para conseguir
ganhar deles. Não é que tivesse
[vontade] faltado desde o início. O jogo estava complicado e
seria assim até o fim."
GARRA
"O time teve vontade. Os jogadores estavam se cobrando
no vestiário no intervalo do jogo. Tem dias em que as coisas
não dão certo. A França jogou
bem. Não que a gente tenha subestimado a França. Sabíamos
do seu potencial."
ZIDANE
"No dia em que o Pelé queria
jogar, não adiantava botar quatro jogadores para marcá-lo.
Todos conhecem Zidane. Ele
jogou uma partida brilhante."
MERECIMENTO
"A França mereceu ganhar. A
gente só acordou depois do gol.
Mas eles estavam sólidos. Ficou difícil reverter o placar."
HEXA
"É uma geração vitoriosa. É
evidente que a partida contra a
França vai ficar marcado até
que o Brasil ganhe outra Copa,
o que vai acontecer em 2010."
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