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Corinthians esbanja com obras e apela ao "terrão"
Forçado a apostar na base, time usa R$ 1 mi mensais do futebol na parte social
Valor do repasse, admitido pelo presidente Alberto Dualib, daria para pagar salários a dois Tevez; equipe joga às 16h contra o Sport
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians que enfrenta o
Sport hoje, às 16h, no Recife, terá como titular o jovem meia
Dentinho, 18, que ganha menos
de R$ 5.000 por mês e é uma
promessa para o clube.
A escalação do atleta, que estreou nos profissionais domingo contra o Palmeiras, simboliza a atual fase corintiana, que
não teve suas contas aprovadas
e está mergulhado em uma crise financeira que pode culminar com o "impeachment" do
presidente Alberto Dualib.
Enquanto o técnico Paulo
César Carpegiani quebra a cabeça para armar o time e sabe
que não terá reforços de peso, a
diretoria desvia recursos do futebol, que por contrato pertencem à MSI, para cobrir os gastos com a sede social. O rombo
chega a R$ 1 milhão por mês.
Com esse dinheiro, o clube
poderia pagar salários para dois
jogadores do calibre do argentino Tevez, por exemplo, que ganhava cerca de R$ 500 mil. Ou,
ao final de um ano, ter quase
US$ 6 milhões em caixa para
investir em contratações.
A informação desse gasto
veio à tona na última reunião
do Conselho Deliberativo -na
quinta-feira passada, que reprovou as contas do clube- e
saiu da boca do próprio Dualib.
A admissão da manobra para
cobrir a área social é também
um descumprimento do contrato com sua parceira.
Tanto o clube como a MSI dizem haver uma cláusula de rateio de contas, mas a briga em
relação ao assunto existe desde
que o acordo foi assinado. "No
contrato de parceria tem rateio
de despesa, e isso ajuda no clube", diz o vice de finanças corintiano, Emerson Piovezan.
A MSI, que enviou para o social R$ 600 mil mensais no primeiro ano de acordo, reclama
de que as despesas do rateio dizem respeito apenas a serviços
de uso comum entre o clube social e o departamento de futebol, como água, energia elétrica
e alguns funcionários.
O fato é que, nos anos de
acordo de parceria, o Corinthians se transformou em um
canteiro de obras. Cartolas do
clube dizem, por exemplo, que
o luxuoso memorial foi construído com recursos de cotas de
TV do Brasileiro -a obra custou cerca de R$ 5 milhões.
A receita atual do local, diz o
vice de finanças, cobre só metade dos gastos de manutenção.
Na sede social também foram erguidos um restaurante,
um teatro, bares, quadra e campo de futebol soçaite. A oposição pede investigação sobre a
emissão de notas fiscais dos
serviços, que estariam sendo
usadas para remunerar dirigentes do clube.
"Ele [Dualib] desviou dinheiro do futebol para fazer obras
caríssimas que dão prejuízo ao
clube e os sócios não aproveitam", acusa Andrés Sanches, líder oposicionista.
Segundo Piovezan, as obras
foram feitas para atrair mais
sócios para o clube e diminuir o
déficit do social. O cartola, entretanto, relata que, em 2006,
dos R$ 20 milhões arrecadados
com a venda de atletas, R$ 10
milhões foram desviados para
cobrir gastos com a área social.
Sem recursos para o time de
futebol, o técnico corintiano terá hoje contra o Sport, além de
Dentinho, outra cria do "terrão", o atacante Wilson. O volante Carlos Alberto substitui
Rosinei, suspenso.
NA TV - Sport x Corinthians
Globo (para SP), às 16h, ao vivo
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