São Paulo, sábado, 04 de julho de 2009

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MOTOR

O toque da campainha


Silêncio dos últimos dias na F-1 não é sinal de pasmaceira nos bastidores da categoria, muitíssimo pelo contrário


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

OS ÚLTIMOS dias foram silenciosos, estranhamente silenciosos. A troca de farpas cessou, as ameaças calaram, as notícias convenientemente plantadas aqui e ali, nas publicações simpáticas a uma causa ou outra, murcharam. O último ato público foi a discussão entre Mosley e Montezemolo, no final da semana passada. O inglês falou em desrespeito ao acordo, o italiano colocou panos quentes, e a partir de então nada mais se falou. O que é estranho, repita-se. E o que, em se tratando de F-1, é fortíssimo indício de que algo está ocorrendo. Algo, algos ou muito mais do que isso, tudo ao mesmo tempo agora. Por exemplo... Mosley, no subterrâneo, começa a construir o quinto mandato. Já fala com automóveis clubes, já mina um a um os nomes ventilados para sua sucessão, lembra a todos, a todo momento, que as equipes não integram o Senado da FIA e que, portanto, não votam. A cada dia que anoitece sem a gênese de uma candidatura forte, Mosley se agarra mais ao cargo. E, se já era tarefa impossível estruturar uma categoria em oito meses, a ameaça da Fota será risível depois de outubro, com o prazo na metade. As equipes também trabalham duro. Duas delas, Red Bull e Brawn, pensando em 2009. Outras 11, com a cabeça em 2010. Embora o regulamento ainda seja nebuloso, há alguns acordos tácitos, alguns consensos. E, neste caso, as equipes já mostraram força para dar as cartas -o que elas decidirem, estará nas regras. A questão do reabastecimento talvez seja o melhor exemplo: os projetistas já contemplam a proibição, ou seja, desenham seus modelos com tanques para mais de 200 litros. Esta antecedência é a grande esperança de Ferrari, McLaren e Renault para a volta por cima. As três já estão com saudades do pódio. O silêncio deve permanecer por mais algumas semanas. É assim a F-1, sempre foi, ciclos de trabalhos nos bastidores seguidos por grande agitação. A calmaria seguirá. Até o momento em que uma nova polêmica escancarar a categoria, invadir o esporte sem bater na porta, entrar e só depois tocar a campainha.

DERRAPADA
Uma pena, o cancelamento da F-1 Histórica em Interlagos. O evento dos dias 15 e 16 de agosto não valia nada pela relevância esportiva, mas carregava um peso imenso de saudosismos, de romantismo, de curiosidade, de novidade. Pena, também, que tenham lançado a ideia, divulgado e vendido ingressos antes de viabilizar sua execução.

ACELERADA
Com a novidade da escotilha no teto, para facilitar eventuais resgates, os carros da Stock correm amanhã em São Paulo. A Globo promete transmissão na íntegra. Ah, sim: ontem, uma dessas escotilhas, do carro de Chico Serra, saiu voando...

fabio.seixas@grupofolha.com.br


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