São Paulo, domingo, 04 de julho de 2010

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Jabulani teimosa

Após muitos erros de finalização e pênaltis perdidos , artilheiro da Copa decide em gol chorado e coloca Espanha nas semifinais

Paraguai 0

Espanha 1
Villa, aos 38min do 2º tempo

FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
RODRIGO MATTOS

ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO

Iniesta dribla dois e toca para Pedro. Livre, ele chuta na trave. O rebote cai no pé de Villa, que manda a bola, de novo, na trave. Só que dessa vez ela corre sobre a linha do gol, toca na outra trave e, finalmente, vai para a rede.
Já eram 38min do segundo tempo quando finalmente saiu o tento da Espanha diante do Paraguai que deu aos europeus a vitória por 1 a 0 e a classificação para a semifinal da Copa do Mundo.
Até então, houve três cobranças de pênaltis, chutes rente à trave e um gol anulado. Nada disso suficiente para abrir o placar no Ellis Park.
Levou vantagem o time que tem David Villa, o artilheiro do Mundial, com cinco gols. "Se eu não fizer o gol, outro faz", minimizou ele.
Mas foi o atacante que gerou o alívio espanhol em um jogo em que enfrentaram dificuldades desde o início.
Forte na marcação -cometeu 24 faltas no jogo-, o Paraguai se postou mais à frente, pressionando a saída de bola europeia. Deu tão certo que a Espanha só teve seu primeiro lance de perigo após 25 minutos de jogo.
"A partida foi muita dura. Nos sentimos incomodados com a bola, mais do que nunca. É a verve da seleção paraguaia", afirmou o técnico espanhol, Vicente Del Bosque, para quem sua equipe não realizou uma boa partida.
O Paraguai chegou a festejar um gol ao final do primeiro tempo, quando Valdéz superou Casillas. Mas o bandeirinha assinalou impedimento, em decisão duvidosa.
A Espanha passou a ter o domínio, com mais posse de bola e conclusões a gol. Mas ainda sem acertar o pé.

PÊNALTIS EM SEQUÊNCIA
Mais uma vez o gol só ameaçou sair quando o árbitro Carlos Batres, da Guatemala, deu pênalti de Piqué em Cardozo. Aos 15min do segundo tempo, o próprio Cardozo bateu, mas Casillas, que afirmou ter estudado o paraguaio, defendeu.
Um minuto depois, Villa invadiu a área, foi tocado e caiu. O juiz deu novo pênalti.
Xabi Alonso acertou o fundo da rede. Enfim, os espanhóis se abraçaram e festejaram, mas o árbitro anulou a cobrança por invasão da área por um jogador europeu.
Ao bater de novo, o volante mandou nas mãos do goleiro Villar. Sergio Ramos ainda tentou, mas a zaga tirou a bola, que entraria.
A cada chute por cima a partir daí, os espanhóis botavam as mãos na cabeça, se desesperavam. O mesmo ocorria com os paraguaios nos contra-ataques. Foram 25 conclusões no total.
Até que Villa acertou. Assim como Santa Cruz errou ao chutar em cima de Casillas, aos 44min, em rebote bem na frente do goleiro.
"Não há outra coisa que passe pela minha cabeça além de mudar o que aconteceu. Se fizesse algo diferente, mudaria o resultado. Mas passou", lamentou-se o técnico paraguaio, Gerardo Martino, cujos atacantes não fizeram gol no Mundial.


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