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TÊNIS
Se mantido retrospecto histórico, brasileiro terá poucas chances de se manter na liderança do ranking até o fim do ano
Nº 3, Sampras ameaça atropelar Kuerten
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A TORONTO
O que já era difícil ficou ainda
mais complicado. Depois de sua
eliminação precoce no Masters
Series de Toronto, Gustavo Kuerten reduziu suas chances de ser o
primeiro tenista da história a conquistar a Corrida dos Campeões.
Pelas novas regras da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), o jogador que mais acumular pontos no ano será declarado
"campeão da temporada", em um
sistema, segundo a própria entidade, parecido com o da F-1.
Contra Kuerten, 23, atual líder
da Corrida, conspira seu retrospecto histórico e o do maior favorito para levar o título no final da
temporada -o norte-americano
Pete Sampras, 28, que ontem se
qualificou para as quartas-de-final do Masters Series canadense.
Nos torneios que ainda restam
no ano, em um calendário muito
próximo do adotado nas últimas
temporadas, os dois têm desempenhos históricos que deixam
poucas esperanças para o brasileiro de terminar o ano com vantagem sobre o norte-americano.
Desde a conquista de Roland
Garros em 1997, quando só passou a disputar os principais torneios, Kuerten, do mesmo momento atual da temporada até o
final do ano, sempre teve uma
performance modesta.
Se os critérios adotados hoje pela ATP para bonificar os torneios
já existissem, o brasileiro teria
uma pontuação média por ano
nesse estágio da temporada de 119
pontos. Em 1999, quando teve seu
melhor desempenho nessa fase,
conseguiu hipotéticos 134 pontos.
Como tem hoje 527 pontos na
Corrida dos Campeões, Kuerten
pode terminar a temporada, levando em conta a média dos últimos três anos, com 646 pontos.
Repetindo a performance de 1999,
pode atingir 661 pontos.
Com esses números, Kuerten só
pode terminar na frente de Sampras se algo de muito diferente
acontecer com o norte-americano
-atual terceiro colocado. Entre
eles está o sueco Magnus Norman
(veja quadro nesta página).
Sampras, ainda na disputa em
Toronto, tem hoje 482 pontos na
Corrida dos Campeões.
Mas é agora, quando começa a
temporada em quadras duras e de
carpete, que o norte-americano
"atropela" os adversários.
Desde 1997, mesmo diminuindo a sua agenda, ele, também levando em conta o estágio atual da
temporada até o final, tem uma
média de 367 pontos por ano.
Em 1999, quando não disputou
o Aberto dos EUA por motivo de
contusão, teve seu pior desempenho -acumulou 260 pontos.
Dessa forma, mesmo que Kuerten repita em 2000 a sua melhor
performance na temporada de
quadras rápidas e Sampras repita
a sua pior, o americano ainda irá
terminar o ano com cerca de 100
pontos a mais do que o brasileiro.
"Não vou mudar minha agenda
pela derrota em Toronto. Vou
continuar jogando os principais
torneios e acumular pontos", disse o brasileiro após a derrota de
anteontem para o canadense Sebastien Lareau, número 150 da
Corrida dos Campeões.
Para complicar ainda mais a vida do brasileiro, Sampras se diz
motivado e sem sentir dores.
"Após Wimbledon, dormi muito, e isso me ajudou", afirmou o
norte-americano, recordista de títulos de Grand Slam-13 no total.
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