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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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F-1

Surpreso com o próprio desempenho na Alemanha, colombiano assume a vice-liderança, seis pontos atrás de Schumacher

Montoya voa, vence e parte para o título

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A HOCKENHEIM

Juan Pablo Montoya fez coisas ontem, em Hockenheim, que a F-1 não está acostumada a ver.
Venceu o GP da Alemanha com mais de um minuto de folga sobre o segundo colocado, façanha que não acontecia desde 1995.
Fez as 13 voltas mais rápidas da corrida, duas delas com tempos melhores que o da pole que ele mesmo conquistou no sábado.
Deixou sua equipe, a Williams, a apenas dois pontos de tomar a liderança do Mundial de Construtores da Ferrari, hegemônica nas últimas quatro temporadas.
E o mais importante: passou a ameaçar Michael Schumacher, algo que ninguém fazia havia três anos. Ontem, Montoya superou Kimi Raikkonen e alcançou, enfim, a vice-liderança da tabela.
Sétimo colocado na Alemanha, o pentacampeão continua na ponta do Mundial, mas agora com apenas seis pontos sobre o colombiano. E isso não é obra do novo regulamento: com o sistema de pontos que vigorava até o ano passado, a diferença entre os dois seria exatamente a mesma.
Faltando quatro GPs para o fim do ano, 40 pontos estão em jogo.
"A situação melhorou muito desde minha vitória em Mônaco. Ainda há quatro corridas pela frente, e qualquer coisa pode acontecer", disse Montoya, ontem, após quase uma hora e meia de corrida sob calor de 35C.
Sua evolução desde a corrida no principado, o ponto de virada da Williams, é impressionante. De 60 pontos possíveis, ele conquistou 50. Schumacher ganhou 33.
A persistir essa média de pontos, o colombiano vai ultrapassar o arqui-rival na corrida dos EUA, a penúltima etapa da temporada.
"Acho que temos tudo para manter a performance até o fim do ano. Fomos muito fortes em todas as últimas provas", disse.
Ontem, até Montoya se surpreendeu com seu ritmo durante a corrida. Saindo em primeiro, escapou de um acidente feio na largada, disparou na frente e só perdeu a liderança por uma volta, a 18ª, após seu primeiro pit stop.
"Nem eu acreditava naquilo. A equipe me pedia para aliviar, mas mesmo assim minha vantagem aumentava para os outros. Eu conseguia fazer várias voltas em 1min15s, enquanto o resto estava na casa de 1min17s. Incrível."
Mas ele reconheceu que a batida no começo da corrida facilitou sua vida. Os envolvidos, afinal, foram três de seus adversários diretos: Ralf Schumacher, Kimi Raikkonen e Rubens Barrichello.
Terceiro no grid, o brasileiro largou mal. Na tentativa de se recuperar, ficou "ensanduichado" entre Raikkonen, à sua esquerda, e Ralf, pelo lado direito, que começava a fazer a tomada para a primeira curva. Poucos metros depois, o inevitável: os três se tocaram, arrebentaram seus carros e tiveram que abandonar o GP.
Apesar de ter sido um acidente típico de corridas, a FIA decidiu punir o alemão da Williams.
Após ouvir o trio e analisar as imagens, a entidade máxima do automobilismo entendeu que Ralf "causou um acidente que poderia ter sido evitado" ao manter sua trajetória para contornar a curva. Ele perdeu dez posições no grid do próximo GP, na Hungria, dia 24. A Williams vai recorrer.
David Coulthard e Jarno Trulli, meros coadjuvantes do show de Montoya e da Williams, completaram o pódio de Hockenheim.
"Para nós foi a corrida mais difícil e decepcionante do ano", disse Jean Todt, diretor esportivo da Ferrari, com a expressão preocupada. Mais uma vez, uma cena que há muito tempo a F-1 não via.



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