SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Os jogadores da seleção brasileira embarcarão para o amistoso contra o Haiti pressionados por um pedido especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: não golear os donos da casa, no dia 18, em Porto Príncipe.
A recomendação foi feita anteontem durante a recepção de Lula aos dirigentes da CBF no Palácio do Planalto. A confidência foi revelada ontem pelo presidente da entidade, Ricardo Teixeira, durante a convocação da seleção.
"Ele [Lula] pediu que a gente não ganhe de muito para não atrapalhar a festa", disse Teixeira.
Surpreso com a declaração do dirigente, o técnico Carlos Alberto Parreira fez questão de amenizar o pedido presidencial.
"O presidente disse isso um pouco de brincadeira", afirmou o treinador, que não acredita que uma provável goleada criará constrangimento aos visitantes.
"Não vejo por aí. Acredito que quanto mais gol a seleção fizer, mas feliz o povo haitiano ficará. Não tenho dúvida disso", disse o treinador, que deve colocar em campo os 18 convocados ontem. "Vou deixar todos participarem desse jogo histórico."
O amistoso da seleção contra o Haiti foi proposto pelo primeiro-ministro haitiano, Gérard Latortue, em entrevista exclusiva concedida à Folha.
O premiê haitiano fez o pedido baseado na adoração do seu povo pelo futebol brasileiro. No último dia 25 de julho, torcedores comemoraram nas ruas a conquista da Copa América pela seleção.
A seleção brasileira ficará no Haiti menos de cinco horas. Por questões de segurança, a delegação deverá treinar na República Dominicana. O grupo embarcará para Porto Príncipe somente duas dores antes do início do amistoso.
"A maior segurança nossa é o povo haitiano. Eles amam o futebol brasileiro. Com certeza, não acontecerá nada", disse Américo Faria, supervisor da seleção.
Na lista anunciada ontem por Parreira, três campeões da Copa América -Júlio César, Juan e Adriano- ganharam vaga no grupo principal.


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