São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

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É preciso dar um "stop" nos veteranos, diz Scolari

Treinador admite contato, frustrado, com a CBF e quer renovação na seleção

Gaúcho diz que Brasil não foi tão mal contra a França e pede a Dunga que ele mantenha o jeito de ser dos tempos de jogador


Fernando Santos/Folha Imagem
Tevez e o técnico Geninho conversam em treino do Corinthians


DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Felipe Scolari disse não ao convite para voltar a treinar a seleção brasileira. Sorte dos veteranos que fracassaram na Copa da Alemanha.
Em passagem por São Paulo para mais uma palestra, hoje uma das suas atividades principais, o treinador da seleção portuguesa não citou nomes, mas foi claro ao dizer que a geração de Cafu, Roberto Carlos, Emerson e Ronaldo, campeã do mundo com ele em 2002, deve deixar o time nacional.
"A renovação é o caminho natural. Ninguém é eterno. O jogador tem que ser inteligente na hora de puxar o carro. Se não for, alguém tem que dar o stop neles", disse o treinador, que citou o exemplo de Figo, que acaba de deixar a seleção portuguesa. "Ele não tinha mais condições de jogar pelo clube, pela seleção e cuidar da família", falou o treinador, que também apontou o meia como o craque da Copa da Alemanha.
Scolari confirmou que conversou com Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, sobre a sua volta à seleção. Reconheceu que o carinho dos torcedores fez com que ele balançasse, mas fatores pessoais, incluindo a questão da segurança pública, pesaram. "Foi uma sondagem, e não era o único nome. Por dois ou três dias conversei com minha família e decidi ficar em Portugal", disse ele, que deixou aberto seu futuro a partir de 2008, quando acaba seu novo contrato com Portugal.
"Nem minha mulher sabe o que vou fazer. Está tudo muito longe. Nem sei se vou estar vivo", declarou o treinador.
O gaúcho afirmou ainda que recebeu outros convites, que não descarta voltar a trabalhar em clubes e que pode deixar a seleção portuguesa, sem o pagamento de multa, imediatamente caso Gilberto Madail, o presidente da federação daquele país, deixe o cargo.
O treinador procurou evitar comentar o trabalho de Carlos Alberto Parreira e a escolha de Dunga, mas acabou falando alguma coisa sobre os temas.
A respeito do desempenho brasileiro na Alemanha, e em especial no jogo que eliminou o time, comentou: "O Brasil não foi essa negação toda. E a França não foi nenhuma maravilha". A Dunga, que assumiu o time brasileiro recentemente, Scolari deu um conselho: "Digo a ele que seja sempre o que foi como jogador, que aja pela cabeça dele, que não dê prioridade ao que os outros falam."
O treinador também elogiou Ricardo Teixeira e não se disse contrário aos amistosos caça-níqueis arrumados pela CBF para a seleção. "Você tem que se preparar, mas também tem que pensar em quem está pagando seu salário", falou o treinador, que passará mais duas semanas no Brasil antes de voltar para Portugal e reiniciar o trabalho, visando as eliminatórias da Eurocopa-08, que começam já no próximo mês.


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