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Lateral direita vira terra de ninguém nos grandes
Já são sete os jogadores da posição contratados apenas na temporada de 2009
Em mais de 150 jogos dos grandes no ano, atletas do setor marcam apenas duas vezes, e seus clubes apelam
para as improvisações
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
George Lucas, 25, foi apresentado ontem no Santos. Ele
engrossa assim a lista de contratações para a posição mais
carente nos grandes paulistas.
O ex-jogador do espanhol
Celta de Vigo é o sétimo lateral-direito adquirido pelos maiores
clubes de São Paulo apenas para a temporada de 2009.
Quem já teve a chance de entrar em campo repetiu a sina de
fracassos na posição nos casos
de Palmeiras, Santos e São Paulo (no Corinthians, Alessandro
não brilha, mas também não
decepciona como os colegas).
A realidade atual palmeirense, santista e são-paulina escancara o problema. Todos improvisaram atletas de outras
posições (volantes) na lateral
direita nas últimas rodadas do
Nacional (o santista Pará, o palmeirense Wendel e o são-paulino Jean). Não sem motivos.
Contando também o Corinthians, todos os jogadores dos
grandes de São Paulo escalados
na lateral direita somam míseros dois gols na temporada em
mais de 150 jogos oficiais no
ano. No Campeonato Brasileiro, o único a balançar as redes
atuando na posição foi Jean,
que na verdade é volante.
O Datafolha aponta números
péssimos para essa turma.
O corintiano Diogo e o santista Luizinho, por exemplo,
têm 0% de acerto nas suas conclusões. O palmeirense Fabinho Capixaba não fez uma assistência sequer. O são-paulino
Zé Luís, com sua média atual,
tem uma finalização a cada dez
jogos. Pior ainda aconteceu
com Wágner Diniz: ele começou o campeonato no São Paulo, foi repassado para o Santos e
ameaça ser, agora, a quarta opção da posição no clube.
Os clubes miram o exterior
para resolver a penúria.
Antes do repatriamento de
George Lucas, três estrangeiros
foram contratados para a posição (nenhum deles estreou). O
São Paulo apostou no chileno
Saavedra (que diz preferir a zaga) e no argentino Adrián González. O Palmeiras trouxe o chileno Figueroa. Por opção técnica, nenhum dos três deve ser titular nos próximos jogos.
Esta é a segunda temporada
seguida em que os clubes paulistas sofrem na lateral direita.
No ano passado, o Palmeiras
não teve sucesso com Élder
Granja. No São Paulo, Joílson e
Jancarlos foram grandes decepções. O hoje palmeirense
Wendel também atuou improvisado no Santos em 2008.
A pobreza na lateral direita
dos grandes paulistas contrasta
com o status da posição hoje na
elite do futebol brasileiro.
A seleção de Dunga tem
atualmente os dois jogadores
do setor mais valorizados do
mundo -Maicon, da Inter de
Milão, e Daniel Alves, do Barcelona. Juntos eles valem mais de
R$ 200 milhões.
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