São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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Lateral direita vira terra de ninguém nos grandes

Já são sete os jogadores da posição contratados apenas na temporada de 2009

Em mais de 150 jogos dos grandes no ano, atletas do setor marcam apenas duas vezes, e seus clubes apelam para as improvisações

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

George Lucas, 25, foi apresentado ontem no Santos. Ele engrossa assim a lista de contratações para a posição mais carente nos grandes paulistas.
O ex-jogador do espanhol Celta de Vigo é o sétimo lateral-direito adquirido pelos maiores clubes de São Paulo apenas para a temporada de 2009.
Quem já teve a chance de entrar em campo repetiu a sina de fracassos na posição nos casos de Palmeiras, Santos e São Paulo (no Corinthians, Alessandro não brilha, mas também não decepciona como os colegas).
A realidade atual palmeirense, santista e são-paulina escancara o problema. Todos improvisaram atletas de outras posições (volantes) na lateral direita nas últimas rodadas do Nacional (o santista Pará, o palmeirense Wendel e o são-paulino Jean). Não sem motivos.
Contando também o Corinthians, todos os jogadores dos grandes de São Paulo escalados na lateral direita somam míseros dois gols na temporada em mais de 150 jogos oficiais no ano. No Campeonato Brasileiro, o único a balançar as redes atuando na posição foi Jean, que na verdade é volante.
O Datafolha aponta números péssimos para essa turma.
O corintiano Diogo e o santista Luizinho, por exemplo, têm 0% de acerto nas suas conclusões. O palmeirense Fabinho Capixaba não fez uma assistência sequer. O são-paulino Zé Luís, com sua média atual, tem uma finalização a cada dez jogos. Pior ainda aconteceu com Wágner Diniz: ele começou o campeonato no São Paulo, foi repassado para o Santos e ameaça ser, agora, a quarta opção da posição no clube.
Os clubes miram o exterior para resolver a penúria.
Antes do repatriamento de George Lucas, três estrangeiros foram contratados para a posição (nenhum deles estreou). O São Paulo apostou no chileno Saavedra (que diz preferir a zaga) e no argentino Adrián González. O Palmeiras trouxe o chileno Figueroa. Por opção técnica, nenhum dos três deve ser titular nos próximos jogos.
Esta é a segunda temporada seguida em que os clubes paulistas sofrem na lateral direita. No ano passado, o Palmeiras não teve sucesso com Élder Granja. No São Paulo, Joílson e Jancarlos foram grandes decepções. O hoje palmeirense Wendel também atuou improvisado no Santos em 2008.
A pobreza na lateral direita dos grandes paulistas contrasta com o status da posição hoje na elite do futebol brasileiro.
A seleção de Dunga tem atualmente os dois jogadores do setor mais valorizados do mundo -Maicon, da Inter de Milão, e Daniel Alves, do Barcelona. Juntos eles valem mais de R$ 200 milhões.


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