São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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Após 5 anos, Palmeiras volta a ter melhor defesa

Equipe é a que menos sofreu gols no Brasileiro, com média de 0,9 por partida

Redução das mudanças no setor defensivo, que antes sofria várias alterações, é apontada como trunfo por zagueiros palmeirenses

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Muricy Ramalho comanda treino
no CT da Barra Funda


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras demorou cinco anos para poder se vangloriar novamente de ter a defesa menos vazada do Brasileiro e fazer jus ao trecho do hino que cita a "defesa que ninguém passa".
O atual líder do campeonato, com 34 pontos, sofreu apenas 14 gols em 16 partidas disputadas (média de 0,9 por jogo).
A equipe que aparece mais próxima disso é o São Paulo, com 18 gols contra na mesma quantidade de jogos.
Segundo o Datafolha, a última vez em que o Palmeiras teve a melhor retaguarda do Nacional foi na 28ª rodada de 2004, quando aparecia com 25 tentos sofridos, junto ao São Caetano.
Isoladamente, a marca era três rodadas mais antiga. Naquele mesmo ano, o time tinha 22 gols contra na 25ª jornada.
Em 2009, enfim, o clube deixou para trás o estigma que carregava das participações anteriores no Brasileiro, quando a defesa era sempre tida como o ponto mais vulnerável do time.
Na atual edição, o Palmeiras assumiu o posto de melhor defesa da competição pela primeira vez na 12ª rodada, junto do Atlético-MG, com 12 gols sofridos em 12 confrontos. Desde a 15ª partida, se isolou no trono.
Na avaliação de quem mais é cobrado pelo que acontece na grande área da equipe, os zagueiros do time, duas coisas explicam a ótima fase do setor: confiança e entrosamento.
Juntos, Danilo e Maurício Ramos, que foram contratados para disputar esta temporada pelo clube do Parque Antarctica, atuaram em 38 dos 49 confrontos já realizados.
Nos últimos anos, era frequente acompanhar um verdadeiro rodízio de atletas no sistema defensivo da equipe.
Para se ter uma ideia, só em 2008 o então técnico do time, Vanderlei Luxemburgo, usou nove zagueiros -David, Dininho, Gladstone, Gustavo, Henrique, Jeci, Maurício, Paulo Miranda e Roque Júnior- mais o volante Martinez, que jogou improvisado algumas vezes. É diferente da constância atual.
"O Marcos até brinca que a bola não está chegando mais", diz Maurício Ramos.
De fato, o arqueiro palmeirense é apenas o 19º mais exigido do Brasileiro. Faz três defesas, em média, por jogo.
Na opinião do volante Edmilson, outro que foi trazido em 2009 para o Palmeiras, cada um no time já sabe o que fazer, o que contribui na hora de marcar mesmo quando a bola ainda está no campo do rival.
"O time pode atuar tanto no 4-4-2 quanto no 3-5-2. Todos estão adaptados", afirma o campeão mundial de 2002.
Sob o comando de Muricy Ramalho, é provável que o setor se mantenha em alta. Uma das marcas do tricampeonato nacional (2006-2008) que o técnico conquistou no São Paulo foi a força da defesa.
Somente no último título o clube não foi o melhor no quesito -levou um tento a mais do que o Grêmio (36 a 35).


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