São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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No Brasil, Massa quer voltar à rotina

Piloto é internado em hospital em São Paulo, onde passará por bateria de exames antes da alta, prevista para amanhã

Antes da viagem da Hungria ao país, piloto disse, em entrevista produzida pela Ferrari, que Schumacher não precisa de conselhos
Marlene Bergamo/Folha Imagem
Felipe Massa acena para as câmeras em seu único contato com a imprensa, em corredor do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde deve ficar até amanhã


DA REPORTAGEM LOCAL

"Tenho que me recuperar. Ainda vou ter muito tempo para falar. Valeu." Cicatriz sobre o olho esquerdo, sorridente, polegares erguidos para as câmeras, Felipe Massa, 28, chegou ontem a São Paulo para a segunda fase de sua recuperação.
Acompanhado por fotógrafos e repórteres de vários países, o brasileiro concedeu apenas esta declaração num corredor do Hospital Albert Einstein antes de entrar, acompanhado por médicos e por sua família.
Nos próximos dois dias, passará por uma bateria de exames, uma completa "reavaliação médica" nos dizeres do primeiro e sucinto boletim emitido pelo hospital. Só deve ressurgir amanhã, para quando é esperada sua ida para casa.
E quando espera recomeçar a levar "uma vida normal", como afirmou numa entrevista produzida pela Ferrari, ainda em Budapeste, distribuída ontem.
Questionado sobre seus próximos objetivos, pediu a volta à rotina. "Voltar para minha casa, checar que tudo é como era antes. Muitas coisas aconteceram nos últimos dias e quero voltar à vida normal. Quero voltar à melhor condição possível, fazer o que você faz todo dia."
Massa agradeceu aos torcedores, à sua família, aos amigos, à Ferrari. A Deus. E mandou "um beijo para todo mundo".
Falou também sobre Michael Schumacher. O alemão, seu companheiro na escuderia italiana em 2006 e um amigo, está se preparando para substituí-lo na próxima etapa do Mundial, o GP da Europa.
Indagado se teria algum conselho a dar para o heptacampeão da F-1, deu um sorriso.
"Michael não precisa de meus conselhos. Era ele quem me dava dicas quando corríamos juntos. Ele sabe como vencer, como pilotar, é ótimo: foi a melhor escolha colocar no carro uma pessoa tão fantástica", disse Massa. "Estou certo de que todos ficarão felizes por vê-lo na pista de novo. Mas espero voltar para a F-1 com a Ferrari o mais rapidamente possível."
Seja em Budapeste, seja em São Paulo, os médicos ainda não divulgaram nenhuma previsão sobre o retorno do piloto brasileiro às pistas. Ontem à noite, um neurocirugião, um neurologista e um médico buco-facial-maxilar se reuniriam para começar a estudar o caso.
A chegada de Massa a São Paulo aconteceu nove dias após o mais grave acidente da carreira do ferrarista. Em 25 de julho, sábado, ele foi atingido por uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello no treino oficial para o GP da Hungria.
Desacordado com o impacto da peça, a 260 km/ h, bateu contra a barreira de pneus.
Em entrevista à Folha, publicada ontem, o médico Gérard Saillant, presidente do Instituto FIA, admitiu que pensou que o brasileiro estivesse morto ao acompanhar, da torre de controle de Hungaroring, os primeiros socorros, ainda à margem da pista.
Na entrevista da Ferrari, Massa disse não lembrar do acidente. "É um sentimento estranho. Eles me disseram que perdi a consciência no momento do impacto da mola. Daí acordei no hospital dois dias depois. Não lembro de nada."


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