São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros FOCO Após 2 anos, Lucimara volta com roupa desenhada por medalhista olímpico MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO A primeira impressão que Lucimara Silvestre da Silva, 25, quer causar no Troféu Brasil é a de ser uma atleta diferente. A última imagem dela é a de ser uma das envolvidas no escândalo de doping da equipe Rede Atletismo, em 2009, o que lhe rendeu dois anos de suspensão. A partir de hoje, em São Paulo, a heptatleta paulista quer chamar a atenção para seu novo estilo, agora desenhado pelo medalhista olímpico André Domingos. "É uma grande roupa para uma grande atleta. Ela tem corpão, precisava dar uma inovada, algo diferente, sair do comum", explica o medalhista de bronze em Atlanta-1996 e prata em Sydney-2000 com o revezamento brasileiro no 4 x 100 m. Estudante do curso de arquitetura e urbanismo, Domingos desenhou o uniforme todo branco, de renda, com apenas uma perna e um braço, que Lucimara vai usar. Mas ele insiste que não virou designer, apenas ajudou a atleta que também agencia. "Ficou maravilhoso", diz Lucimara. "Quanto mais chamar a atenção, melhor", emenda a atleta de 1,74 m e 65 kg. Segundo ela, formas aperfeiçoadas durante o período que ficou suspensa. "Fiquei sete meses sem competir, sem fazer nada, na casa dos meus pais, e ganhei apenas 2 kg. Mas não engordei, só ganhei pernão. Nunca tive um corpo como o de agora. Magra e forte." A exposição não a incomoda, apesar de se dizer tímida para fotos. Quer aparecer pelos resultados no heptatlo. O primeiro objetivo foi fazer o índice para o Pan de Guadalajara, no Rio, em julho. Ela espera que a nova imagem ajude a trazer patrocínios. Está sem clube (compete por Presidente Prudente), ganha refeições de um restaurante da cidade e suplementos de um fabricante. A "volta com estilo", como define Domingos, teve inspiração em roupas de Florence Griffth-Joyner, recordista mundial dos 100 m e 200 m. As marcas da americana ainda não foram batidas, assim como sua morte, em 1998, não foi esclarecida. A suspeita de doping nunca sumiu. Já Lucimara começa hoje a correr, saltar, lançar e posar para conseguir deixar uma outra imagem no atletismo. Sobre o doping devido às injeções que tomou do hormônio sintético EPO (eritropoietina), ela não fala. Sete atletas foram suspensos e dois técnicos banidos do esporte. "Escândalo? Só se for pela roupa", conclui. Texto Anterior: 'Coelho', Marílson é ouro pela 8ª vez Próximo Texto: Distante de casa, seleção inicia caminhada olímpica Índice | Comunicar Erros

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.