São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2000


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Defesa brasileira enfrenta apenas a torcida

DO ENVIADO AO RIO

A defesa da seleção brasileira, montada às pressas para a partida contra a Bolívia, acabou tendo trabalho facilitado ontem devido à pouca qualidade ofensiva do rival, mas enfrentou um difícil adversário: a torcida brasileira.
O goleiro Rogério, o zagueiro Émerson e o lateral-esquerdo Júnior estrearam como titulares nas eliminatórias. O lateral-direito Cafu voltou ao time após a polêmica saída da seleção, e o zagueiro Antônio Carlos vinha de uma falha grave no jogo contra o Chile.
Devido à contusão de Roque Júnior, que foi cortado na véspera do jogo, a seleção não treinou nenhuma vez com a defesa que atuou ontem.
Para piorar, a torcida carioca mostrou pouca paciência com a defesa. A cada toque de Cafu, o capitão do time, surgiam vaias no Maracanã -já no primeiro jogo no Rio nestas eliminatórias, o lateral paulista foi execrado.
Com poucos minutos de jogo, quando Júnior errou passe no ataque, a torcida gritou o nome de Athirson, ídolo flamenguista.
Antônio Carlos, que questionou o fato de ter perdido a faixa de capitão em um jogo ""tranquilo", deixou a bola escapar em um lance no meio-campo e também foi apupado -a torcida gritou o nome de Juan, zagueiro que nem foi chamado para o time olímpico.
Como no jogo contra o Uruguai, a torcida ironizou Cafu, gritando o nome do lateral-direito Maurinho, jogador de qualidade técnica não mais que mediana.
O goleiro Rogério, especialista em cobranças de faltas, foi desestimulado a cobrar infrações por Luxemburgo. E foi mais ameaçado no primeiro tempo exatamente em uma falta, em que teve que rebater com o corpo devido à força e velocidade da bola.
O trabalho da defesa brasileira foi bem facilitado, porém, pela saída precoce do boliviano Moreno, que se contundiu e deixou o campo quase na metade do primeiro tempo -ele era o único jogador de frente da Bolívia ontem.
Etcheverry, principal armador boliviano, jogou recuado e mostrou estar fora de forma. (RBU)




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