DA REPORTAGEM LOCAL

O esquema tático com três atacantes, que consagrou o time do técnico Carlos Alberto Parreira no primeiro semestre, começa a ser colocado à prova hoje, na partida entre Paysandu e Corinthians, às 20h30, em Belém (PA).
Apesar de afirmar que não tem a intenção de alterar a forma de atuar da equipe, o desempenho do Corinthians no Brasileiro já começa a preocupar o treinador.
"Nunca disse que não poderia mudar esse esquema [com três atacantes] durante a competição. Depende da necessidade, mas a tendência contra o Paysandu é mantê-lo", afirmou Parreira.
Pelo menos três fatores levam o técnico a colocar o esquema ofensivo em cheque na sequência da competição -a má ocupação do espaço dentro de campo, a vulnerabilidade defensiva e a perda do poder ofensivo da equipe.
Ocupando a décima posição no Brasileiro-2002 -dez pontos ganhos e com uma partida a menos que os líderes São Paulo e Juventude (16 pontos)-, o Corinthians tem um desempenho mediano em desarmes e finalizações.
De acordo com levantamento do Datafolha, dos 26 times que disputam a competição, a equipe de Parreira possui o quinto pior desempenho em finalizações (média de 11,4 por partida). A pegada corintiana também é a quinta colocada entre as piores (média de 115 desarmes por jogo).
A maior prova da ineficiência do atual esquema corintiano está no aproveitamento do time.
No primeiro semestre, somando Rio-São Paulo e Copa do Brasil, o Corinthians teve média de 2,6 gols marcados e 1,06 gol sofrido por jogo. No Brasileiro, essas médias passaram para 1,3 e 1,83 gol por jogo, respectivamente.
Na tentativa de melhorar, pelo menos, o desempenho da defesa, o treinador confirmou o retorno do zagueiro Fábio Luciano. Ele entra no lugar de Scheidt, que cumpre suspensão hoje.
Ao lado de Anderson, Fábio Luciano reeditará a zaga campeão do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil. "Nós sabíamos que não íamos jogar como no primeiro semestre. Ninguém mais vai aliviar para o Corinthians", afirmou.
Na opinião de Parreira, as duas últimas partidas do time, realizadas em São Paulo, contribuíram para a queda de rendimento.
"Em casa, tem de sair para o jogo. Quando se coloca a defesa postada no meio-de-campo, é lógico que a equipe fica vulnerável. O time precisa voltar a ocupar melhor os espaços, ditar o ritmo da partida e conseguir penetrar com a mesma eficiência do primeiro semestre na área do adversário", afirmou Parreira.
Mas, segundo o técnico, o retrospecto do Corinthians em partidas fora de casa (duas vitórias e uma derrota) pode "salvar" o esquema com três atacantes.
"Nos jogos fora de casa [contra Paysandu e Grêmio], temos de conquistar, pelo menos, 50% dos pontos para retomar a estabilidade", afirmou Parreira.
Corinthians e Paysandu têm vaga garantida na Libertadores, em 2003. O clube paulista, por vencer a Copa do Brasil. Os paraenses, pela conquista da Copa dos Campeões, em julho deste ano.
(DIOGO PINHEIRO)