Luxemburgo consegue a sua maior vitória no Brasileiro deste ano e encerra uma seqüência de 11 jogos invictos de Tite

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, DO SANTOS

MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Foi com extremo sarcasmo que, aos 32min do segundo tempo, a torcida do Santos gritava "Fica! Fica!" para os palmeirenses que deixavam a Vila Belmiro, cansados de estar diante do placar eletrônico que ostentava um agressivo 5 a 1.
Antes do jogo, só um extremo otimista imaginaria uma vitória tão fácil do time de Vanderlei Luxemburgo sobre um Palmeiras que estava invicto havia 11 jogos. Foi a primeira derrota do time de Tite após a Copa.
É verdade que, após o primeiro tempo, terminado em 2 a 1, até esse otimista teria dificuldades de ver goleada na Vila -a maior do time no Brasileiro. Vencera o São Paulo por 4 a 0.
O primeiro tempo foi de clássico parelho. Mesmo com o Santos demonstrando mais consciência tática, não parecia que o resultado seria elástico.
Ajudou o time da casa o fato de Leonardo Gaciba não ter dado pênalti claro de Manzur no zagueiro palmeirense Daniel, quando o jogo estava 2 a 1, e a equipe alviverde ainda mostrar ânimo para se manter no páreo.
E o time de Tite estava com moral. Após ter sofrido um gol de Luiz Alberto num rebote de Diego Cavalieri, o empate saiu em grande estilo: Edmundo toureou Maldonado e cruzou para Juninho, que fuzilou o goleiro Fábio Costa, aos 24min.
Foi com estilo, entretanto, que, dois minutos depois, Luiz Alberto desviou cruzamento de Rodrigo Tabata com toque de classe. O Santos ia bem para o intervalo, mas sem facilidade.
Porém a defesa do Palmeiras facilitou, perdendo bolas e permitindo que o ataque do Santos ficasse cara a cara com Diego Cavalieri sucessivas vezes.
Aos 14min e aos 23min do segundo tempo, Wellington Paulista pôde aproveitar duas de suas sete oportunidades de gol na partida, ampliando o placar para 4 a 1, sendo que o segundo foi um dos mais belos lances coletivos do time santista.
Após bela jogada de Denis da direita rumo ao meio, o passe saiu para Kléber, que cruzou na medida para Wellington cabecear. A Vila era uma festa.
Jonas entrou no lugar de Rodrigo Tiuí e fechou a goleada. Depois, foi a vez de Wellington ser substituído por Renatinho e sair de campo sob aplausos.
Para Luxemburgo, o clube do litoral fez por merecer o resultado. "Foi a eficiência do Santos. Temos uma cultura no Brasil de criticar quem perde e deixar de elogiar quem ganha."
Segundo o Datafolha, o time da Vila Belmiro não só finalizou mais que o Palmeiras (21 a 8) como também desarmou mais (184 a 157), o que define claramente o domínio santista.
Luxemburgo aprovou a estréia de André Luiz, que jogou de volante no 4-4-2 e foi substituído por Carlinhos. "Ele dá um toque de bola, uma cadência à equipe. Quando se solta, começa a organizar as jogadas."
Na próxima rodada, o Palmeiras pega o São Caetano, no sábado, e o Santos enfrenta o Fortaleza, no domingo -há chance de Zé Roberto estrear.
Na quarta, a equipe de Luxemburgo joga no Pacaembu contra o Cruzeiro, em sua estréia na Copa Sul-Americana. O técnico afirmou que dará prioridade às duas competições, "mas que o direcionamento maior é para o Brasileiro".


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