São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2006

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CIDA SANTOS

A luta por mais um título

Se jogar como na primeira fase, a seleção feminina de Zé Roberto tem tudo para faturar o Grand Prix de vôlei

A CAMPANHA da seleção brasileira feminina foi perfeita na etapa de classificação do Grand Prix: nove jogos, nove vitórias, só quatro sets perdidos. Dos outros cinco classificados para a fase final, a única surpresa foi o Japão, que fez melhor campanha que os Estados Unidos e ficou com a vaga. Os outros classificados são as figurinhas fáceis de sempre: Rússia, China, Itália e Cuba.
A seleção russa, a única que o Brasil não enfrentou na primeira fase, está com força máxima: Gamova, Sokolova e um novo comandante, o italiano Giovani Caprara, substituto do lendário Nikolai Karpol. As russas, donas de saque poderoso, tiveram campanha inferior apenas à do Brasil: perderam só um jogo, para a China e por 3 a 0. Já as chinesas, atuais campeãs olímpicas e com a grande levantadora Kun Feng, têm números semelhantes: só uma derrota, para as brasileiras, por 3 a 0.
Na fase final, a expectativa é que Cuba, com a quinta melhor campanha, tenha um melhor desempenho, já que Yumilka Ruiz e Zoila Barros, que se recuperavam de contusões, estarão de volta.
Mas o grande destaque de Cuba é Nancy Carrillo, 20 anos e 1,90 m. Olho nela. Carrillo fechou a fase de classificação com números invejáveis: tem o melhor bloqueio, o segundo saque mais eficiente e é a terceira melhor atacante. Uau!
A Itália, dona da quarta melhor campanha, não assusta as brasileiras. No único confronto entre as duas seleções na primeira fase, a vitória do time do técnico Zé Roberto foi por 3 a 0. Agora, a Azzurra terá a vantagem de jogar em casa: a fase decisiva começa nesta quarta-feira, em Reggio Calábria.
A surpresa foi a evolução japonesa. O técnico Soichi Yanagimoto disse que o seu time vai chegar ao pódio de todos os torneios. Um exagero, mas a equipe, sempre com tradição de boa defesa, está mais alta e com melhor aproveitamento nos contra-ataques. Isso tem feito a diferença. Acredite: das dez melhores atacantes da primeira fase, três são japonesas: Erika Araki, Sachiko Sugiyama e Miyuki Takahashi.
Já a seleção brasileira tem mostrado muito equilíbrio em todos os fundamentos. O problema são algumas irregularidades na recepção, como no primeiro set contra o Japão. O grande mérito do time é ter 12 ótimas jogadoras. O técnico Zé Roberto tem usado o rodízio entre as atletas como uma arma poderosa para derrotar as equipes adversárias. Carol Gattaz tem entrado no lugar de Walewska, as ponteiras Sassá e Jaqueline têm se revezado, assim como as líberos Fabi e Arlene.
Para a fase final, a tendência é que o time comece jogando com Fofão, Sheilla, Walewska, Fabiana, Jaqueline, Mari e a líbero Fabi. A preocupação é com Mari, que voltou a sentir dores no ombro e foi poupada contra o Japão. Se o Brasil continuar jogando no mesmo ritmo, é o favorito para ficar com o título.

CRÍTICAS
A participação da Itália na Liga Mundial continua bem criticada. Agora foi a vez de Andrea Zorzi, a maior estrela do time nos anos 90. "Foi humilhante. Espero que o técnico Montali se explique", diz. A Itália passou para a fase final graças a um convite da federação internacional e acabou em sexto lugar.

TREINO
O Italiano, que terá a participação de 14 brasileiros, começa no dia 10. Em amistoso, no fim de semana, o Modena, sem Ricardinho e Murilo, mas com Sidão, perdeu por 3 a 0 do Trentino, de André Heller.

MUNDIAL MASCULINO
O torneio de 2010 será na Itália. O acordo foi assinado entre o presidente da federação internacional, Ruben Acosta, e o presidente da federação italiana, Carlo Magri.


cidasan@uol.com.br

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