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CIDA SANTOS
A luta por mais um título
Se jogar como na primeira fase, a seleção feminina de Zé Roberto tem tudo para faturar o Grand Prix de vôlei
A CAMPANHA da seleção brasileira feminina foi perfeita na
etapa de classificação do
Grand Prix: nove jogos, nove vitórias, só quatro sets perdidos. Dos outros cinco classificados para a fase final, a única surpresa foi o Japão, que
fez melhor campanha que os Estados Unidos e ficou com a vaga.
Os outros classificados são as figurinhas fáceis de sempre: Rússia, China, Itália e Cuba.
A seleção russa, a única que o Brasil não enfrentou na primeira fase,
está com força máxima: Gamova,
Sokolova e um novo comandante, o
italiano Giovani Caprara, substituto
do lendário Nikolai Karpol. As russas, donas de saque poderoso, tiveram campanha inferior apenas à do
Brasil: perderam só um jogo, para a
China e por 3 a 0. Já as chinesas,
atuais campeãs olímpicas e com a
grande levantadora Kun Feng, têm
números semelhantes: só uma derrota, para as brasileiras, por 3 a 0.
Na fase final, a expectativa é que
Cuba, com a quinta melhor campanha, tenha um melhor desempenho,
já que Yumilka Ruiz e Zoila Barros,
que se recuperavam de contusões,
estarão de volta.
Mas o grande destaque de Cuba é
Nancy Carrillo, 20 anos e 1,90 m.
Olho nela. Carrillo fechou a fase de
classificação com números invejáveis: tem o melhor bloqueio, o segundo saque mais eficiente e é a terceira melhor atacante. Uau!
A Itália, dona da quarta melhor
campanha, não assusta as brasileiras. No único confronto entre as
duas seleções na primeira fase, a vitória do time do técnico Zé Roberto
foi por 3 a 0. Agora, a Azzurra terá a
vantagem de jogar em casa: a fase
decisiva começa nesta quarta-feira,
em Reggio Calábria.
A surpresa foi a evolução japonesa. O técnico Soichi Yanagimoto disse que o seu time vai chegar ao pódio
de todos os torneios. Um exagero,
mas a equipe, sempre com tradição
de boa defesa, está mais alta e com
melhor aproveitamento nos contra-ataques. Isso tem feito a diferença.
Acredite: das dez melhores atacantes da primeira fase, três são japonesas: Erika Araki, Sachiko Sugiyama e Miyuki Takahashi.
Já a seleção brasileira tem mostrado muito equilíbrio em todos os
fundamentos. O problema são algumas irregularidades na recepção,
como no primeiro set contra o Japão. O grande mérito do time é ter 12
ótimas jogadoras. O técnico Zé Roberto tem usado o rodízio entre as
atletas como uma arma poderosa
para derrotar as equipes adversárias. Carol Gattaz tem entrado no lugar de Walewska, as ponteiras Sassá
e Jaqueline têm se revezado, assim
como as líberos Fabi e Arlene.
Para a fase final, a tendência é que
o time comece jogando com Fofão,
Sheilla, Walewska, Fabiana, Jaqueline, Mari e a líbero Fabi. A preocupação é com Mari, que voltou a sentir dores no ombro e foi poupada
contra o Japão. Se o Brasil continuar
jogando no mesmo ritmo, é o favorito para ficar com o título.
CRÍTICAS
A participação da Itália na Liga
Mundial continua bem criticada.
Agora foi a vez de Andrea Zorzi, a
maior estrela do time nos anos 90.
"Foi humilhante. Espero que o técnico Montali se explique", diz. A
Itália passou para a fase final graças
a um convite da federação internacional e acabou em sexto lugar.
TREINO
O Italiano, que terá a participação de 14 brasileiros, começa no dia
10. Em amistoso, no fim de semana,
o Modena, sem Ricardinho e Murilo, mas com Sidão, perdeu por 3 a 0
do Trentino, de André Heller.
MUNDIAL MASCULINO
O torneio de 2010 será na Itália.
O acordo foi assinado entre o presidente da federação internacional,
Ruben Acosta, e o presidente da federação italiana, Carlo Magri.
cidasan@uol.com.br
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