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Corinthians põe cláusula anticomissão em acordo
Renovação até o fim de 2008 com a Samsung veta repasses a intermediários
Medida é adotada pela diretoria em exercício por temor de que Carla Dualib, que diz ter levado empresa ao clube, peça comissão
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians já decidiu se
livrar da MSI e conduz processo de impeachment de Alberto
Dualib, mas ainda não conseguiu se desvencilhar dos traumas causados pelas brigas entre o presidente afastado e a
quase ex-parceira do clube.
No contrato de renovação de
patrocínio entre a Samsung e a
equipe até o fim de 2008, assinado ontem pela empresa coreana, os dirigentes pediram
para que uma cláusula anticomissão fosse incluída no novo
acordo. A norma prevê que não
haverá repasses de porcentagens para partes que eventualmente tenham participado da
costura do negócio.
A exigência corintiana foi feita por temor de que resquícios
de uma disputa ocorrida na
época da assinatura do primeira contrato, em 2005, envolvendo o presidente Alberto
Dualib, sua neta Carla e a MSI,
pudessem prejudicar o clube
com relação ao novo contrato
de patrocínio com a Samsung.
Carla Dualib diz ter sido a intermediária da chegada da
Samsung ao Corinthians via
sua empresa de marketing, a
SMA (Sports Marketing
Agency). Por isso, à época do
primeiro acordo, exigiu uma
comissão de US$ 2 milhões.
A MSI, no entanto, julgou
improcedente o pedido da neta
de Dualib e não repassou o valor. A discordância entre Kia
Joorabchian, presidente da
MSI, e Carla foi o estopim para
o início da má relação entre o
clube e a parceira e se estendeu
por todo o período de convivência de Kia com Dualib.
Além de evitar que o imbróglio pudesse se repetir, só que
com novos reivindicantes, a
atual direção corintiana também quis incluir a cláusula para
se precaver de um novo pedido
da própria Carla Dualib. Diretores avaliam que a neta de
Dualib poderia tentar receber
sua comissão a partir desse novo acordo com a Samsung.
Mas o pedido de inclusão da
norma anticomissão não foi o
único feito pela diretoria corintiana antes de assinar a renovação. Ela exigiu também uma
nova análise do contrato que
estava em vigência desde 2005.
O acordo de dois anos atrás
previa uma renovação automática do patrocínio pelos mesmos valores e período, mas ela
foi brecada.
Antes de revalidar o patrocínio com a empresa, o presidente em exercício, Clodomil Orsi,
quis repartir a responsabilidade pela decisão com outros
conselheiros. Rubens Approbato Machado e Antonio Roque
Citadini, presidente do Cori
(Conselho de Orientação) foram consultados por Orsi.
Os cartolas temiam que o clube saísse prejudicado se renovassem automaticamente.
Isso porque o primeiro contrato fora assinado com a moeda americana cotada a R$ 2,40.
Para ter seu nome associado ao
clube por dois anos, a Samsung
pagou US$ 6,1 milhões anuais
-mensalmente o Corinthians
arrecadava cerca de R$ 1,2 milhão com o patrocínio.
Além disso, havia uma cláusula que previa pagamento de
bônus de US$ 500 mil por conquistas no período -o Brasileiro de 2005 rendeu esse valor
extra ao clube.
No novo acordo, que vigorará
até o fim de 2008 (um ano e
meio), a Samsung pagará um
total de US$ 9 milhões, que é
equivalente hoje a aproximadamente R$ 18 milhões -ou R$
1,6 milhão por mês.
Por conta dessa reavaliação
realizada pela diretoria corintiana em exercício, a ratificação
da permanência da Samsung na
camisa corintiana se arrastou
por mais de um mês.
Desde julho, o antigo acordo
estava expirado. Neste período,
o time continuou a vestir uniformes com o logotipo da empresa devido a um "acordo de
cavalheiros" durante os trâmites da renegociação.
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