São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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Corinthians põe cláusula anticomissão em acordo

Renovação até o fim de 2008 com a Samsung veta repasses a intermediários

Medida é adotada pela diretoria em exercício por temor de que Carla Dualib, que diz ter levado empresa ao clube, peça comissão

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians já decidiu se livrar da MSI e conduz processo de impeachment de Alberto Dualib, mas ainda não conseguiu se desvencilhar dos traumas causados pelas brigas entre o presidente afastado e a quase ex-parceira do clube.
No contrato de renovação de patrocínio entre a Samsung e a equipe até o fim de 2008, assinado ontem pela empresa coreana, os dirigentes pediram para que uma cláusula anticomissão fosse incluída no novo acordo. A norma prevê que não haverá repasses de porcentagens para partes que eventualmente tenham participado da costura do negócio.
A exigência corintiana foi feita por temor de que resquícios de uma disputa ocorrida na época da assinatura do primeira contrato, em 2005, envolvendo o presidente Alberto Dualib, sua neta Carla e a MSI, pudessem prejudicar o clube com relação ao novo contrato de patrocínio com a Samsung.
Carla Dualib diz ter sido a intermediária da chegada da Samsung ao Corinthians via sua empresa de marketing, a SMA (Sports Marketing Agency). Por isso, à época do primeiro acordo, exigiu uma comissão de US$ 2 milhões.
A MSI, no entanto, julgou improcedente o pedido da neta de Dualib e não repassou o valor. A discordância entre Kia Joorabchian, presidente da MSI, e Carla foi o estopim para o início da má relação entre o clube e a parceira e se estendeu por todo o período de convivência de Kia com Dualib.
Além de evitar que o imbróglio pudesse se repetir, só que com novos reivindicantes, a atual direção corintiana também quis incluir a cláusula para se precaver de um novo pedido da própria Carla Dualib. Diretores avaliam que a neta de Dualib poderia tentar receber sua comissão a partir desse novo acordo com a Samsung.
Mas o pedido de inclusão da norma anticomissão não foi o único feito pela diretoria corintiana antes de assinar a renovação. Ela exigiu também uma nova análise do contrato que estava em vigência desde 2005.
O acordo de dois anos atrás previa uma renovação automática do patrocínio pelos mesmos valores e período, mas ela foi brecada.
Antes de revalidar o patrocínio com a empresa, o presidente em exercício, Clodomil Orsi, quis repartir a responsabilidade pela decisão com outros conselheiros. Rubens Approbato Machado e Antonio Roque Citadini, presidente do Cori (Conselho de Orientação) foram consultados por Orsi.
Os cartolas temiam que o clube saísse prejudicado se renovassem automaticamente.
Isso porque o primeiro contrato fora assinado com a moeda americana cotada a R$ 2,40. Para ter seu nome associado ao clube por dois anos, a Samsung pagou US$ 6,1 milhões anuais -mensalmente o Corinthians arrecadava cerca de R$ 1,2 milhão com o patrocínio.
Além disso, havia uma cláusula que previa pagamento de bônus de US$ 500 mil por conquistas no período -o Brasileiro de 2005 rendeu esse valor extra ao clube.
No novo acordo, que vigorará até o fim de 2008 (um ano e meio), a Samsung pagará um total de US$ 9 milhões, que é equivalente hoje a aproximadamente R$ 18 milhões -ou R$ 1,6 milhão por mês.
Por conta dessa reavaliação realizada pela diretoria corintiana em exercício, a ratificação da permanência da Samsung na camisa corintiana se arrastou por mais de um mês.
Desde julho, o antigo acordo estava expirado. Neste período, o time continuou a vestir uniformes com o logotipo da empresa devido a um "acordo de cavalheiros" durante os trâmites da renegociação.

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