São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2010

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São Paulo aprova o "técnico" Rogério

Atitude do capitão, que sugeriu substituição a Sérgio Baresi, é bem-aceita por atletas, diretoria e treinador

JOSÉ RICARDO LEITE
DE SÃO PAULO

A atitude do goleiro Rogério de participar como técnico em campo e até interferir em substituições parece não ter desagradado a dirigentes e jogadores do São Paulo.
Ao menos no discurso, a sugestão de trocar Marcelinho por Cléber Santana, no jogo de anteontem contra o Atlético-GO, foi bem-vista. Os colegas chegaram a exibir certo receio em ousar criticar uma ação como essa por parte do capitão da equipe.
"O Rogério já teve esse tipo de atitude antes com o próprio Baresi, com o Muricy e o Paulo Autuori. É uma maneira de mostrar uma leitura de jogo de quem pode ver melhor", falou Richarlyson.
"Ele sempre deu opinião no vestiário, no túnel. Acho importante dizer o que é positivo. Ele tem 20 anos de São Paulo, enquanto tem jogadores aqui com 20 anos de idade", completou o volante.
"Rogério tem grande voz ativa no clube e em campo. Foi para ajudar. Não quis passar por cima de ninguém não", falou Jorge Wagner.
A cúpula já se apressou em dizer que a atitude em nada menospreza o técnico Baresi, tampão há cinco jogos.
"Rogério e Baresi já jogaram juntos até, têm afinidade, uma história. O Rogério é um líder, viu que o treinador está chegando agora da base e quis dar uma contribuição. Mas não existiu nada de desautorizar, desmerecer, nada disso", disse o vice-presidente de futebol tricolor, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Até o exemplo de um clube rival foi citado para aliviar a situação. O superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio Cunha, lembrou do episódio em que o santista Paulo Henrique Ganso se recusou a ser substituído na final do Paulista-2010.
"Todo mundo diz que futebol é monótono, aí, quando ele sai da monotonia, vira isso de que não pode. O caso do Ganso no Paulista foi uma atitude de sabedoria", disse.
Apesar de seguir o discurso de atletas e dirigentes, Baresi afirmou que não acatou uma sugestão de seu capitão durante o intervalo da partida contra o Atlético-GO.
No vestiário, Rogério sugeriu a saída do volante Casemiro, pendurado. Mas o jogador foi mantido em campo.
"Só teria problema [a interferência] se não batesse com a minha opinião", defendeu-se Baresi.


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