São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2010

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Promotor põe Itaquera na mira

Além da nova arena do Corinthians, São Paulo e Palmeiras também passam por investigação

Wagner Meier/Fotoarena/Folhapress
CANTEIRO
Trator quebra arquibancada inferior do Maracanã, que amanhã será palco de Flamengo x Santos, último jogo antes do fechamento para as reformas para a Copa


EDUARDO OHATA
DE SÃO PAULO

A festa em torno do projeto do estádio corintiano em Itaquera motivou a Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de São Paulo a ""reviver" processo que se arrasta na Justiça desde 1988.
O promotor José Carlos de Freitas pediu anteontem intimação de cartolas corintianos para que esclareçam se o local onde querem erguer o estádio é o mesmo em Itaquera, ao lado do CT do clube e de cerca de 200 mil metros quadrados, que fora cedido por 90 anos pelo município.
A descrição confere perfeitamente e de forma inequívoca com o local anunciado por Corinthians e Odebrecht.
O clube alvinegro corre risco de ver rescindida a concessão de uso do imóvel e ser obrigado a indenizar a cidade "pelos prejuízos sofridos em decorrência da utilização indevida do imóvel".
A Promotoria alega que o clube feriu a lei municipal número 10.622/88, na qual o Poder Executivo autorizou cessão ao Corinthians daquela área, desde que o projeto fosse apresentado no prazo de um ano. Ou seja, ele estourou em mais de 20 anos.
Mais: segundo a lei, o Corinthians teria de ter erguido seu estádio no prazo de quatro anos, ""em condições de realização de jogos oficiais".
O que não é o caso ainda.
"Nesse período em que esse terreno ficou parado, poderiam ter construído um conjunto habitacional, o que teria beneficiado muitas famílias", argumenta Freitas.
Trata-se de uma alusão ao fato de a área ter sido recebida em permuta com a Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo).
Após um longo período de indefinição sobre qual arena receberia partidas da Copa de 2014 em São Paulo, o presidente do Comitê Organizador Local, Ricardo Teixeira, o governador de SP, Alberto Goldman, e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, indicaram o estádio do Corinthians para abrir o Mundial.
O Corinthians, no entanto, não é o único clube na mira dos promotores da capital.
O projeto da Arena Palestra, candidata a receber jogos do Mundial, é investigado.
O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, alfinetou a Promotoria durante entrevista radiofônica nesta semana. Afirmou que emperrar as obras da Arena Palestra é ótima forma para o promotor ganhar notoriedade.
No entanto Freitas lançou mão de exemplo para rebater, à reportagem da Folha, a argumentação de Belluzzo.
Disse que até o São Paulo, fora da mídia em se tratando de Copa, motivou nova representação, relativa a uma edificação do clube construída em área pública de loteamento, com a obrigação de lá haver um estacionamento e um parque. Isso não ocorreu, e se instaurou o inquérito.


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