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Lula repete slogan de Obama e fala em fim de favelas
Um dia depois da vitória na Dinamarca, presidente exalta
momento do país e integração entre três níveis de governo
"A diferença entre mim e as outras pessoas que governaram este país é que tenho de provar todo dia que o Brasil vai dar certo"
LUCIANA COELHO
RODRIGO MATTOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A COPENHAGUE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a entrevista coletiva na manhã de ontem, em
Copenhague, para fazer promessas de longo prazo. Assumiu compromissos para quando já não estará no cargo, buscou capitalizar politicamente a
escolha do Rio para sediar a
Olimpíada de 2016 e colocou a
decisão como um de seus trunfos na arena internacional.
No cenário, incluiu a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil),
sua favorita na eleição de 2010
e catapultada a uma das coordenadoras do plano olímpico.
O presidente repisou conquistas recentes, embaladas
por anos de estabilidade econômica e pelo bom momento criado pela descoberta do pré-sal,
como mérito da mudança de
mentalidade que implantou no
governo, de forma a tornar indissociável de sua figura o sucesso externo crescente.
"Não é pouca coisa para um
país que era tratado como um
paisinho de Terceiro Mundo
até outro dia. Esse país entrou
no cenário internacional para
ficar", disse, ao listar feitos.
E entrou, de acordo com seu
raciocínio, porque ele assumiu
que o Brasil "podia". Ao longo
da entrevista, repetiria exaustivamente "Sim, nós podemos",
versão para o português do slogan do americano Barack Obama na campanha presidencial.
"A diferença entre mim e as
outras pessoas que governaram
este país é que eu tenho de provar todo dia que o Brasil vai dar
certo", afirmou, repetindo seu
otimismo como um fator crucial para que o Brasil ganhasse
dimensão. "Para mim não tem
tempo feio. A única coisa impossível é Deus pecar. De resto
não tem nada impossível."
O presidente anunciou que
logo que voltar ao Brasil, no fim
desta semana, após visitas a
Bruxelas e Estocolmo, marcará
uma reunião dos governos federal, estadual e municipal para discutir como trabalhar com
o projeto olímpico.
Segundo Ricardo Leyser,
principal executivo do Ministério do Esporte na coordenação
do projeto da Rio-2016, a reunião será capitaneada por Dilma. Anteontem, a ministra já
chamou para si a responsabilidade de controlar gastos na empreitada de sete anos.
Outro ponto enfatizado desde a chegada à Dinamarca e repetido ontem é a integração dos
três níveis de poder. Na bancada, o governador Sérgio Cabral
e o prefeito Eduardo Paes, ambos do PMDB, foram vendidos
pelo presidente como os responsáveis por conduzir o processo lá na frente.
"Eu só tenho mais um ano e
meio", afirmou. "Mas este menino estará aí mais seis anos",
disse, sobre Cabral, "reelegendo" o governador. "E este menino pode ser prefeito de novo até
lá", emendou, sobre Paes.
Lula citou os programas que
associou à Olimpíada, como o
Pronasci (Programa Nacional
de Segurança Pública com Cidadania), o PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) e
os mecanismos de distribuição
de renda. E falou, com a ressalva de que "a Olimpíada não se
comprometeu a acabar com favela", que, se tudo seguir no ritmo atual e o projeto olímpico
atrair o investimento esperado,
as favelas do país virarão bairros com casas de alvenaria.
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