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RODRIGO BUENO
1986
Nesta segunda-feira, Sir Alex Ferguson completa 20 anos à frente do comando técnico do rico Manchester United
O TÉCNICO mais vitorioso da
história do futebol inglês. E,
claro, o mais longínquo dos
dias atuais. Na segunda-feira, o
Manchester United completará
duas décadas com o mesmo treinador. O milionário time poderia contratar o estrategista que quisesse, o
rei da prancheta da vez, mas se ligou
eternamente ao senhor que contratou no dia 6 de novembro de 1986.
Aquele ano foi de fato marcante.
Quando estava para acabar, Ferguson sofreu com a morte de sua mãe.
Escocês, encarava o maior desafio
de sua carreira. Fora atacante como
atleta (nada brilhante) e tinha no
currículo já 12 anos como técnico de
futebol quando assumiu os Red Devils. A proeza de ter levado o Aberdeen ao título da Recopa em 1983
batendo o Real Madrid na final era
seu maior cartão de visita, mas a situação em Old Trafford era bem diferente da que vemos hoje. O clube
não posava de potência como agora
(de novo lidera o Inglês). Ao contrário, estava ameaçado pelo rebaixamento e alguns atletas, como Bryan
Robson, Norman Whiteside e Paul
McGrath exibiam péssima forma física e ótima fase etílica.
O Manchester United começou a
se reerguer com disciplina e visão de
mercado. Ferguson, bom descobridor de talentos, passou a indicar as
peças certas para seu elenco, algo
que pautaria seu trabalho no clube.
Em 20 anos, foram 19 títulos. Mas o
primeiro demoraria. Em novembro
de 1989, faixas pediam a saída de
Ferguson. Eram ""só" três anos seguidos no time e já pediam sua cabeça. ""Fergie Out!", gritaram torcedores para o treinador no início de
1990. Faltou pouco para sua demissão? Faltava pouco para seu reinado.
O título da Copa da Inglaterra em
1990 quebrou o gelo e foi base para a
conquista da Recopa no ano seguinte, mas só o título inglês o transformaria em Sir no Old Trafford (no
reino, precisaria de mais coisas).
Desde 1967 o popular Manchester
United não ganhava o campeonato
nacional, que passaria a ser turbinado, viraria Premier League em 1992/
1993. E eis que vem a esperada taça.
E eis que seguem outros sete troféus, recorde absoluto no período.
No ano de 1999, ainda leva para o
"Teatro dos Sonhos" a "Tríplice Coroa": liga, copa e Copa dos Campeões, além do Mundial interclubes,
para o qual deu leve importância.
Beckham, Keane, Schmeichel,
Giggs, Hughes, Scholes, Cristiano
Ronaldo, Rooney... Vários devem a
Ferguson, lição para outros técnicos
sim, mas especialmente para os dirigentes. "Há evidências de que manter o treinador funciona. Existem
bons exemplos, como Brian Clough,
Arsène Wenger e eu mesmo."
Clough levou o Nottingham Forest a dois títulos continentais nos
seus 18 anos de serviços prestados
ao clube. Wenger, mesmo francês,
completou recentemente dez anos
de Arsenal, e com títulos nacionais.
Em 1986, Rooney tinha só um ano.
E muitos leitores desta coluna, como Joaquim, não tinham nascido.
JOSÉ MOURINHO
O técnico do Chelsea não rouba a
cena só contra o Barcelona. Ele,
que se jogou de joelhos no chão para celebrar o empate no Camp Nou,
ganhou música da torcida do Manchester United, uma música para...
sentar: www.youtube.com/watch?v=2ITQdCh852A
FRANK RIJKAARD
Quando jogador, apesar de craque, ficava à sombra de Gullit e Van
Basten. Como técnico, deixa os
dois antigos parceiros na sombra.
GUY ROUX
O técnico que ficou 44 anos no
Auxerre está tranqüilo com seu recorde de longevidade, mas Alex
Ferguson, que acenava com possível aposentadoria, anunciou que
vai ficar pelo menos mais dois anos
no Manchester. Já dá metade do
tempo de Roux no clube francês.
rbueno@folhasp.com.br
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