São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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Corinthians ameaça ir à Fifa contra assédio

DA REPORTAGEM LOCAL

A diretoria do Corinthians está preocupada com o assédio a seus principais jogadores. Por essa razão, o departamento jurídico do clube do Parque São Jorge estuda maneiras de dificultar, de forma legal, negócios trazidos por empresários.
"Estamos tentando buscar algumas barreiras nos contratos", diz o vice-presidente jurídico do clube, Sérgio Alvarenga.
Uma das maiores preocupações é o interesse no meia Lulinha, de 17 anos. O atleta ganha cerca de R$ 30 mil mensais, e sua multa rescisória para clubes brasileiros é de apenas R$ 1,8 milhão. "É fácil outro clube tirá-lo do Corinthians e esperar até o ano que vem para revendê-lo para um clube da Europa", declarou o empresário de Lulinha, Wagner Ribeiro, à "Terra Magazine".
Dirigentes corintianos se queixam de que Ribeiro tenta forçar a saída do atleta do Corinthians. Ao menos para conseguir um aumento salarial.
Uma das possibilidades estudadas pelo clube é recorrer à Fifa caso algum time pague a multa rescisória para levar um jogador sem que tenha negociado com o Corinthians.
Isso porque a entidade prevê que, se uma equipe assediar um atleta de outra agremiação, pode ser punida. No caso de rescisão, a Fifa determina que quem faça o pagamento seja o próprio jogador. Para isso, ele tem de comprovar ter condições financeiras para quitar o débito.
Além de Lulinha, o Corinthians tenta proteger o meia-atacante Dentinho, 18, e o goleiro Felipe. "Nem penso nisso agora. Vamos ver o que acontece depois. Ainda não estudo inglês, quem sabe futuramente", disse Lulinha, sobre interesse do Chelsea, que estaria disposto a pagar cerca de R$ 30 milhões para contar com o jogador, segundo o jornal inglês "The Independent".
"Se dependesse de mim, queria cumprir o contrato até 2009, ficar aqui e dar mais alegrias à torcida", afirmou.
O vice de futebol corintiano, Antoine Gebran, afirmou anteontem que gostaria que Lulinha e Dentinho ficassem por mais dois anos no clube. "Mas a gente sabe que é difícil."
A disputa corintiana com Wagner Ribeiro, de fato, pode precipitar a saída de Lulinha. O empresário diz que terá reunião no meio desta semana, em Londres. O procurador está irritado com os corintianos por achar que deveria ter recebido comissão pela venda do meia Willian ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por US$ 19 milhões (cerca de R$ 38 milhões).
O ex-vice do Corinthians Nesi Curi, que renunciou ao cargo, foi ao clube cobrar o pagamento de cerca de US$ 2 milhões a Ribeiro. A diretoria corintiana, entretanto, não aceitou. Afirmou, à época, que negociou diretamente com representantes do clube ucraniano e que o empresário não teve participação no negócio. (EDUARDO ARRUDA E LUÍS FERRARI)


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