São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Florianópolis e novas leis do vôlei patinam no Qatar

Desnorteado com normas, representante brasileiro cai diante de azarão iraniano na estreia no Mundial de Clubes

No embate entre as equipes do Brasil e do Irã, Golden Formula não cumpre a meta de aumentar o número de ralis significativamente

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem o Florianópolis nem o novo conjunto de regras do vôlei, chamado de Golden Formula, tiveram uma boa estreia ontem no Mundial de Clubes, realizado em Doha, no Qatar.
Ainda não adaptada às novas normas, a equipe do Brasil acabou perdendo seu primeiro jogo no torneio para o Paykan, do Irã, por 3 sets a 1, parciais de 16/25, 28/26, 25/21 e 25/22.
O Florianópolis foi o único entre os quatro favoritos ao título que não venceu na estreia. Trentino (Itália), Rubin Kazan (Rússia) e Belchatow (Polônia) ganharam com facilidade suas respectivas partidas.
Já a Golden Formula, elaborada por dirigentes do Qatar, também não foi bem em seu primeiro teste. Criada com o objetivo de aumentar a quantidade de ralis, a nova regra exige que o primeiro ataque após o saque só deve ser efetuado de trás da linha dos três metros. Ataques próximos à rede só são permitidos no segundo toque.
Sendo assim, a regra beneficia, em tese, a defesa e aumenta a chance de haver mais ralis.
Pelo menos no embate entre Florianópolis e Paykan, a meta dos criadores não foi atingida. A quantidade de pontos de contra-ataques manteve-se praticamente a mesma se comparada com a das partidas disputadas sob as regras tradicionais.
Segundo levantamento da Folha, cerca de 25% dos pontos do jogo entre brasileiros e iranianos foram obtidos em contra-ataques. Já as estatísticas dos criadores da Golden Formula apontam que, nas finais da Liga Mundial-05, 21% saíram de contra-ataques.
Para convencer a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) a adotar as regras testadas no Mundial, os dirigentes qatarianos têm como objetivo que os pontos de contra-ataques correspondam a, pelo menos, 51%.
Já o Florianópolis teve uma queda de rendimento visível na adaptação à Golden Formula.
Reconhecido pela velocidade que imprime às jogadas, o levantador Bruno, também titular da seleção, mostrou-se vulnerável na distribuição das bolas, pois não podia acionar os meios de rede. Lucas e Éder, aliás, fizeram juntos 12 pontos.
Antes do início da competição, os atletas já antecipavam o fato de que seriam subutilizados com o novo regulamento.
Atacando da linha dos 3 m, os jogadores do Florianópolis foram bem marcados pelo bloqueio, eficaz principalmente no segundo e no terceiro sets.
Mesmo quando o Florianópolis furava o bloqueio, a bola acabava sendo recuperada pela defesa do Paykan. Nos contra- -ataques, Mohammad Kazem sobressaiu. Foi o maior pontuador do jogo, com 25 pontos.
"Eles [jogadores do Paykan] jogaram bem sob a Golden Formula. Nossos atletas falharam nos contra-ataques, perderam a cabeça e cometeram erros", reconheceu Marcos Pacheco, técnico do Florianópolis.
Antes do torneio, a equipe brasileira treinou as novas regras durante pouco mais de uma semana. Já os iranianos disseram que tiveram dois meses para se adaptarem.
Hoje, o Florianópolis enfrentará o Al-Arabi Doha, time que jogará com o apoio da torcida.


NA TV - Florianópolis x Al-Arabi Doha
Sportv 2, ao vivo, às 13h




Texto Anterior: Atlético-MG: Acabam ingressos para jogo com Fla
Próximo Texto: Tênis: Wada solicita atitude da ATP no caso Agassi
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.