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Florianópolis e novas leis do vôlei patinam no Qatar
Desnorteado com normas, representante brasileiro cai diante de azarão iraniano na estreia no Mundial de Clubes
No embate entre as equipes do Brasil e do Irã, Golden Formula não cumpre a meta de aumentar o número de ralis significativamente
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem o Florianópolis nem o
novo conjunto de regras do vôlei, chamado de Golden Formula, tiveram uma boa estreia
ontem no Mundial de Clubes,
realizado em Doha, no Qatar.
Ainda não adaptada às novas
normas, a equipe do Brasil acabou perdendo seu primeiro jogo no torneio para o Paykan, do
Irã, por 3 sets a 1, parciais de
16/25, 28/26, 25/21 e 25/22.
O Florianópolis foi o único
entre os quatro favoritos ao título que não venceu na estreia.
Trentino (Itália), Rubin Kazan
(Rússia) e Belchatow (Polônia)
ganharam com facilidade suas
respectivas partidas.
Já a Golden Formula, elaborada por dirigentes do Qatar,
também não foi bem em seu
primeiro teste. Criada com o
objetivo de aumentar a quantidade de ralis, a nova regra exige
que o primeiro ataque após o
saque só deve ser efetuado de
trás da linha dos três metros.
Ataques próximos à rede só são
permitidos no segundo toque.
Sendo assim, a regra beneficia, em tese, a defesa e aumenta
a chance de haver mais ralis.
Pelo menos no embate entre
Florianópolis e Paykan, a meta
dos criadores não foi atingida.
A quantidade de pontos de contra-ataques manteve-se praticamente a mesma se comparada com a das partidas disputadas sob as regras tradicionais.
Segundo levantamento da
Folha, cerca de 25% dos pontos
do jogo entre brasileiros e iranianos foram obtidos em contra-ataques. Já as estatísticas
dos criadores da Golden Formula apontam que, nas finais
da Liga Mundial-05, 21% saíram de contra-ataques.
Para convencer a Federação
Internacional de Vôlei (FIVB) a
adotar as regras testadas no
Mundial, os dirigentes qatarianos têm como objetivo que os
pontos de contra-ataques correspondam a, pelo menos, 51%.
Já o Florianópolis teve uma
queda de rendimento visível na
adaptação à Golden Formula.
Reconhecido pela velocidade
que imprime às jogadas, o levantador Bruno, também titular da seleção, mostrou-se vulnerável na distribuição das bolas, pois não podia acionar os
meios de rede. Lucas e Éder,
aliás, fizeram juntos 12 pontos.
Antes do início da competição, os atletas já antecipavam o
fato de que seriam subutilizados com o novo regulamento.
Atacando da linha dos 3 m, os
jogadores do Florianópolis foram bem marcados pelo bloqueio, eficaz principalmente
no segundo e no terceiro sets.
Mesmo quando o Florianópolis furava o bloqueio, a bola
acabava sendo recuperada pela
defesa do Paykan. Nos contra-
-ataques, Mohammad Kazem
sobressaiu. Foi o maior pontuador do jogo, com 25 pontos.
"Eles [jogadores do Paykan]
jogaram bem sob a Golden Formula. Nossos atletas falharam
nos contra-ataques, perderam
a cabeça e cometeram erros",
reconheceu Marcos Pacheco,
técnico do Florianópolis.
Antes do torneio, a equipe
brasileira treinou as novas regras durante pouco mais de
uma semana. Já os iranianos
disseram que tiveram dois meses para se adaptarem.
Hoje, o Florianópolis enfrentará o Al-Arabi Doha, time que
jogará com o apoio da torcida.
NA TV - Florianópolis x Al-Arabi Doha
Sportv 2, ao vivo, às 13h
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