São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010 |
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JUCA KFOURI Dilma e Dunga
EM PLENA Copa do Mundo de 2010, num domingo, 27 de junho, publiquei aqui uma coluna cujo título foi "A dupla D-D", referência a Dunga e Dilma. Tudo porque um certo tipo de jornalismo a toque de caixa (a Federal, é claro) preferiu vender a alma ao bispo do que ao diabo e cometia a bizarrice de, por apoiar Dilma, apoiar também Dunga, já que o técnico não distinguia a Rede Globo. Então, foi apontada aqui a única semelhança entre ambos: o fato de morarem na capital gaúcha. De resto, Dilma sempre foi de esquerda e jamais a renegou, diferentemente de Lula, por sinal. E Dunga sempre foi de direita, discípulo, aliás, dos Perondis, gente finíssima de Ijuí. Alguém dirá que uma nova coincidência os une: o fato de ela começar por cima, como presidenta da República, sem experiência anterior, como ele começou como técnico da seleção. Mas não há coincidência, nem semelhança. Trata-se apenas de aparência, e as aparências enganam. Como mostrou exaustivamente bem Janio de Freitas nesta Folha anteontem, Dilma Rousseff tem larga prática em gestão. Assim escreveu o mestre: "Todos os que apontaram falta de experiência administrativa em Dilma Rousseff -refrão que ecoou por mais de um ano- sabiam que ela chefiou o Gabinete Civil da Presidência desde a também notória demissão de José Dirceu, portanto, de 2005 a 2010. O Gabinete Civil é o centro nevrálgico da Presidência. Durante cinco anos, Dilma Rousseff esteve envolvida com todas as decisões administrativas da Presidência e, de algum modo, participou ou acompanhou as demais. É uma experiência de governo federal que nenhum outro candidato acumulou, nas eleições pós-ditadura e talvez também nas anteriores". Dito isso, acrescento humildemente que, se ela conquistar para o país feitos como os de Dunga -Copa América, das Confederações e eliminatórias-, estará de bom tamanho. Melhor será ainda, é claro, se ganhar a Copa do Mundo. Para tanto terá de contrariar a grossura irresponsável dos Felipes Melos e o materialismo religioso dos Kakás. E terá de endurecer, sem perder a ternura jamais, com os malfeitos dos cartolas que destinarão o nosso dinheiro para a Copa de 2014 e para a Olimpíada de 2016. Aliás, que tal convencer Lula a comandar os dois empreendimentos? Seria unir o útil ao agradável. blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Inter pega paulistas por título do sub-23 Próximo Texto: Novo tropeço leva Santos a jogar a toalha Índice | Comunicar Erros |
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