São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010

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Estádio alternativo vira pechincha

SÉRIE A
Arenas municipais cobram pouco por aluguel e beneficiam os clubes "sem casa"


DE SÃO PAULO

Ficar sem a casa habitual, seja por shows ou por reformas, é duro. Mas, no Campeonato Brasileiro-2010, uma bela força dos cofres públicos ameniza a situação.
Clubes que precisaram ou quiseram mandar jogos em estádios longe de suas sedes, como Atlético-MG, Cruzeiro, São Paulo e Santos, contaram com a camaradagem de prefeituras, que cobram valores muito abaixo do mercado para ceder suas arenas.
Foi o que fez, por exemplo, a cidade de Uberlândia, que oferece o Parque do Sabiá para o Cruzeiro enquanto o Mineirão é remodelado para a Copa do Mundo de 2014.
O clube de Belo Horizonte lucra muito jogando lá. Isso porque, contando aluguel e pagamento do quadro de funcionários local, o time gastou, no jogo contra o Corinthians, amigáveis R$ 11,2 mil. Isso para uma renda bruta de R$ 870 mil. Subtraindo outras despesas, o time levou para seus cofres R$ 718 mil.
No estadual Mineirão, sua casa habitual, o aluguel cobrado é bem mais salgado.
No início do Campeonato Brasileiro, quando a arena ainda estava aberta, o Cruzeiro pagou ao governo do Estado R$ 44,4 mil no jogo contra o Santos (só com o "quadro móvel" a despesa ficou em R$ 33 mil). Isso para uma renda bruta de R$ 533 mil.
A Prefeitura de Barueri, cidade da Grande São Paulo, é outra que cobra preços módicos para seus clientes -nesta temporada os quatro grandes do Estado jogaram na arena da cidade, sendo que Palmeiras, São Paulo e Santos atuaram lá pelo Nacional.
O valor do aluguel do estádio é praticamente simbólico. Para utilizar o campo, mesmo nos jogos noturnos, onde o consumo de energia é alto, os clubes precisam gastar cerca de R$ 3.000. No Pacaembu, mesmo depois de uma redução expressiva no valor do aluguel, esse valor é cerca de 20 vezes maior.
Mais camarada ainda é a cidade mineira de Sete Lagoas, que, com sua Arena do Jacaré, virou a nova casa do desesperado Atlético-MG.
Nas últimas rodadas, o estádio vem cobrando só R$ 1.000 para ceder o estádio ao clube. O preço para lá de barato faz com que o clube, numa política agressiva de ingressos baratos para atrair os torcedores, pelo menos não amargue prejuízo.
Mesmo com quase 17 mil ingressos vendidos na partida contra o Avaí, com entradas a R$ 5, a renda bruta foi de só R$ 86,6 mil. Com outras despesas graúdas, como R$ 17,2 mil para a confecção de ingressos, a renda líquida ficou em R$ 17,7 mil e poderia ficar no vermelho se a cidade cobrasse preços de mercado pelo aluguel de seu estádio.
Quem não oferece condições tão boas para os clubes não consegue atrair os grandes com igual frequência.
A fluminense Volta Redonda virou alternativa para Flamengo e Fluminense durante a reforma do Maracanã.
Mas, com um aluguel mais próximo da realidade (cerca de R$ 15 mil), só conseguiu levar três jogos desses clubes para seu moderno, para os padrões brasileiros, estádio.


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