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Estádio alternativo vira pechincha
SÉRIE A
Arenas municipais cobram pouco por aluguel e beneficiam os clubes "sem casa"
DE SÃO PAULO
Ficar sem a casa habitual,
seja por shows ou por reformas, é duro. Mas, no Campeonato Brasileiro-2010,
uma bela força dos cofres públicos ameniza a situação.
Clubes que precisaram ou
quiseram mandar jogos em
estádios longe de suas sedes,
como Atlético-MG, Cruzeiro,
São Paulo e Santos, contaram com a camaradagem de
prefeituras, que cobram valores muito abaixo do mercado para ceder suas arenas.
Foi o que fez, por exemplo,
a cidade de Uberlândia, que
oferece o Parque do Sabiá para o Cruzeiro enquanto o Mineirão é remodelado para a
Copa do Mundo de 2014.
O clube de Belo Horizonte
lucra muito jogando lá. Isso
porque, contando aluguel e
pagamento do quadro de
funcionários local, o time
gastou, no jogo contra o Corinthians, amigáveis R$ 11,2
mil. Isso para uma renda bruta de R$ 870 mil. Subtraindo
outras despesas, o time levou
para seus cofres R$ 718 mil.
No estadual Mineirão, sua
casa habitual, o aluguel cobrado é bem mais salgado.
No início do Campeonato
Brasileiro, quando a arena
ainda estava aberta, o Cruzeiro pagou ao governo do Estado R$ 44,4 mil no jogo contra
o Santos (só com o "quadro
móvel" a despesa ficou em
R$ 33 mil). Isso para uma renda bruta de R$ 533 mil.
A Prefeitura de Barueri, cidade da Grande São Paulo, é
outra que cobra preços módicos para seus clientes -nesta
temporada os quatro grandes do Estado jogaram na
arena da cidade, sendo que
Palmeiras, São Paulo e Santos atuaram lá pelo Nacional.
O valor do aluguel do estádio é praticamente simbólico. Para utilizar o campo,
mesmo nos jogos noturnos,
onde o consumo de energia é
alto, os clubes precisam gastar cerca de R$ 3.000. No Pacaembu, mesmo depois de
uma redução expressiva no
valor do aluguel, esse valor é
cerca de 20 vezes maior.
Mais camarada ainda é a
cidade mineira de Sete Lagoas, que, com sua Arena do
Jacaré, virou a nova casa do
desesperado Atlético-MG.
Nas últimas rodadas, o estádio vem cobrando só R$
1.000 para ceder o estádio
ao clube. O preço para lá de
barato faz com que o clube,
numa política agressiva de
ingressos baratos para atrair
os torcedores, pelo menos
não amargue prejuízo.
Mesmo com quase 17 mil
ingressos vendidos na partida contra o Avaí, com entradas a R$ 5, a renda bruta foi
de só R$ 86,6 mil. Com outras
despesas graúdas, como R$
17,2 mil para a confecção de
ingressos, a renda líquida ficou em R$ 17,7 mil e poderia
ficar no vermelho se a cidade
cobrasse preços de mercado
pelo aluguel de seu estádio.
Quem não oferece condições tão boas para os clubes
não consegue atrair os grandes com igual frequência.
A fluminense Volta Redonda virou alternativa para
Flamengo e Fluminense durante a reforma do Maracanã.
Mas, com um aluguel mais
próximo da realidade (cerca
de R$ 15 mil), só conseguiu
levar três jogos desses clubes
para seu moderno, para os
padrões brasileiros, estádio.
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