São Paulo, sexta-feira, 04 de novembro de 2011

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XICO SÁ

Só o Pai Santana


Somente o eterno massagista e homem de fé do Vasco é capaz de tirar o título do Corinthians

Amigo torcedor, amigo secador, só uma coisa, mais precisamente uma grande entidade, agora mais poderosa no além, pode tirar o título do Brasileirão do Corinthians. Se você, leitor de todas as cores, classes e camisas, pensou em Pai Santana, acertou no milhar, foi direto ao ponto e ao espectro que ronda toda a zona leste de São Paulo, ZL, o melhor dos mundos.
Somente o eterno massagista e homem de fé do Vasco da Gama, cuja matéria foi sepultada anteontem, é capaz de tal façanha. Tão somente o mitológico -chega dessa mania de rotular a grandeza humana como apenas folclórica!- Pai Santana. Só ele. Ninguém mais. Nem os homens de preto que apitam de amarelo-ovo ou verde-new wave.
Só Pai Santana tira o caneco do Corinthians. É falar no vascaíno para o meu estimado corvo Edgar se arrepiar todinho no poleiro. Que foi, que passa, lazarento, desembucha, peste bubônica!
No que ele grasna, agudo, com aquela mesma voz da mal-assombrada ave, na janela, do filme homônimo do gênio Roger Corman: "Ambos tropeçarão neste fim de semana, tanto o Vasco como o Timão, por mais incrível que isso pareça!".
No mais, Edgar bota pilha, põe suspense e também entrega aos poderes do Pai Santana a sorte de um dos piores e melhores certames de todos os tempos. Explico.
Pior porque realmente ninguém está jogando lá essa bola toda. Abram-se parênteses, colchetes e alas para a exceção de praxe, do Peixe, da praia, da prancha: o Neymar não vale nessa parada.
Melhor porque também é bonito quando os iguais se pegam na arena, como se num justíssimo ringue, como os honestíssimos caubóis ao meio-dia no deserto, no faroeste sem água da existência.
É bonito, e legítimo, o embate. Mas calma, amigo corintiano, lembre-se de que você tem ao seu lado o guerreiro São Jorge, a quem o mitológico vascaíno muito venerou, venera, respeitou, respeita.
Quem vai levar a glória? Só sei que nada sei, como diria o filósofo greco-paraense Doutor Sócrates. Só sei que, por causa da igualdade generalizada do Brasileirão, a bola está com quem já partiu desta para uma melhor.
Segue el juego, sopra o Juan, Rrrruan, chapa da picanha argentina da esquina da Vila Matilde, parente do Tevez. Segue el juego lá por cima. Pai Santana com a bola. Cumprimenta São Jorge, tira uma onda, o guerreiro acena de cima do cavalo qual um mano "vida loka" de SP: "Aí, firmão, ô da Colina!?".

xico.folha@uol.com.br

@xicosa




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