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AUTOMOBILISMO
Faltam times em 04
Para não acabar, Indy terá que pedir falência
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
A extinção da Indy pode estar
muito mais perto do que se imagina. A Cart, entidade que dirige a
categoria, anunciou ontem que o
acordo que estava costurando
com a Open Wheel Racing Series
não deve sair do papel.
A razão é simples. Uma das
cláusulas do pré-contrato exigia
que a Indy tivesse um número
mínimo de equipes em 2004 para
que o negócio fosse adiante.
"Acreditamos que haverá uma
diminuição no número de equipes em relação aos que participaram da última temporada", diz o
comunicado. Isso significa que
serão menos de 18 carros no grid,
o que inviabiliza o acordo.
Afundada em dívidas -que
podem chegar aos US$ 100 milhões- e sem recursos, sobram
três alternativas para a Indy.
A primeira saída é simplesmente encerrar suas operações e extinguir a categoria, que vem sendo disputada desde 1979.
A segunda e mais plausível alternativa é renegociar um acordo
com a própria OWRS, formada
por empresários ligados ao automobilismo, que já detém cerca de
22,9% das ações da Indy.
Para que isso aconteça, a Cart
precisaria decretar falência para
que a nova empresa pudesse adquirir parte de seu espólio, assumir algumas de suas dívidas e tocar novamente a categoria, que
provavelmente seria rebatizada.
Segundo o comunicado, a Open
Wheel Racing Series já teria inclusive feito "uma proposta preliminar que contempla uma transação alternativa". A Cart afirma
que ficou de estudar a nova proposta, mas não deu nenhuma garantia de que ela será aceita.
A terceira e última saída para a
Indy é torcer para que um novo
comprador disposto a injetar dinheiro apareça o mais rápido possível, o que parece improvável.
A crise da Indy vem se agravando nos últimos anos. O maior catalisador para a ruína da categoria, no entanto, foi a transferência
da Penske, mais tradicional equipe do automobilismo americano,
para a rival IRL, no ano passado.
Junto com o time, montadoras,
pilotos experientes, patrocinadores, outras equipes e público deixaram também a categoria.
Foi o bastante para que a IRL,
criada em 1996 após um desentendimento entre Tony George
(dono do circuito de Indianápolis) e dirigentes da Cart, assumisse
o posto ocupado pela Indy.
Com os seguidos golpes, a categoria foi perdendo visibilidade e
viu seu nível técnico desabar. Suas
ações, idem. Em 1998, os papéis
da Indy na Bolsa de Valores de
Nova York chegaram a ser cotados a US$ 33. Neste ano, despencaram para US$ 0,46.
Na temporada 2003, por exemplo, cinco dos 13 times que competiram eram iniciantes. Entre os
pilotos, foram nove entre os 19.
Mas não foi só isso. Pela primeira vez na história, uma temporada acabou "sem fim". O último
GP deste ano foi cancelado por
causa de incêndios na Califórnia.
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