UOL


São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AUTOMOBILISMO

Faltam times em 04

Para não acabar, Indy terá que pedir falência

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

A extinção da Indy pode estar muito mais perto do que se imagina. A Cart, entidade que dirige a categoria, anunciou ontem que o acordo que estava costurando com a Open Wheel Racing Series não deve sair do papel.
A razão é simples. Uma das cláusulas do pré-contrato exigia que a Indy tivesse um número mínimo de equipes em 2004 para que o negócio fosse adiante.
"Acreditamos que haverá uma diminuição no número de equipes em relação aos que participaram da última temporada", diz o comunicado. Isso significa que serão menos de 18 carros no grid, o que inviabiliza o acordo.
Afundada em dívidas -que podem chegar aos US$ 100 milhões- e sem recursos, sobram três alternativas para a Indy.
A primeira saída é simplesmente encerrar suas operações e extinguir a categoria, que vem sendo disputada desde 1979.
A segunda e mais plausível alternativa é renegociar um acordo com a própria OWRS, formada por empresários ligados ao automobilismo, que já detém cerca de 22,9% das ações da Indy.
Para que isso aconteça, a Cart precisaria decretar falência para que a nova empresa pudesse adquirir parte de seu espólio, assumir algumas de suas dívidas e tocar novamente a categoria, que provavelmente seria rebatizada.
Segundo o comunicado, a Open Wheel Racing Series já teria inclusive feito "uma proposta preliminar que contempla uma transação alternativa". A Cart afirma que ficou de estudar a nova proposta, mas não deu nenhuma garantia de que ela será aceita.
A terceira e última saída para a Indy é torcer para que um novo comprador disposto a injetar dinheiro apareça o mais rápido possível, o que parece improvável.
A crise da Indy vem se agravando nos últimos anos. O maior catalisador para a ruína da categoria, no entanto, foi a transferência da Penske, mais tradicional equipe do automobilismo americano, para a rival IRL, no ano passado.
Junto com o time, montadoras, pilotos experientes, patrocinadores, outras equipes e público deixaram também a categoria.
Foi o bastante para que a IRL, criada em 1996 após um desentendimento entre Tony George (dono do circuito de Indianápolis) e dirigentes da Cart, assumisse o posto ocupado pela Indy.
Com os seguidos golpes, a categoria foi perdendo visibilidade e viu seu nível técnico desabar. Suas ações, idem. Em 1998, os papéis da Indy na Bolsa de Valores de Nova York chegaram a ser cotados a US$ 33. Neste ano, despencaram para US$ 0,46.
Na temporada 2003, por exemplo, cinco dos 13 times que competiram eram iniciantes. Entre os pilotos, foram nove entre os 19.
Mas não foi só isso. Pela primeira vez na história, uma temporada acabou "sem fim". O último GP deste ano foi cancelado por causa de incêndios na Califórnia.


Texto Anterior: "Recall" dos testes não detecta THG, diz Fina
Próximo Texto: Futebol: Sul-Americana abre porta a ascendentes
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.