DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC

O setor mais instável do time corintiano passará por sua maior prova hoje, contra o Goiás.
A defesa da equipe, que sofreu alterações em toda a temporada, está com o título do Brasileiro nas mãos. E, se não falhar, conduzirá o clube à sua quarta conquista do principal torneio de clubes do país. Por essa razão, o discurso do time é "jogar feio".
Ao todo, foram quatro trocas de goleiros, dez de zagueiros e nove de laterais impulsionadas pelo mau desempenho do setor.
A defesa corintiana chegou a estar entre as três piores do Brasileiro. Após a chegada de Antônio Lopes, em setembro, ganhou nova vida e é hoje a quarta melhor, com 56 gols sofridos. A média de gols sofridos, que já beirou os dois por partida, está agora em 1,3.
Mas para esta tarde o setor sofreu um duro golpe. Betão, jogador que mais atuou durante a temporada, em 37 partidas, não estará em campo.
A ausência, somada ao fato de o time ter cinco gols de vantagem sobre o Internacional no saldo, fez com que o técnico Antônio Lopes trancasse o time hoje.
Serão três zagueiros -Marinho, Marcelo Mattos e Wendel- e mais um volante "brucutu", Bruno Octávio.
"Futebol, se puder dar espetáculo, melhor. Mas o importante é vencer. O que adiantou a seleção de 1982, que tinha um futebol fabuloso e não ganhou? Se para ganharmos tivermos que jogar feio, vamos fazer", falou o treinador.
O volante Marcelo Mattos, considerado pelo técnico o jogador com a função mais importante na partida de hoje, faz coro ao discurso do chefe.
"Temos de jogar com o regulamento nas mãos. Se não levarmos gol, seremos campeões. Não temos de pensar em fazer bonito", falou o jogador, que fará a cobertura de Marinho e Wendel e jamais atuou nessa função.
"Não é hora para dar show. Agora é hora de jogar com raça e determinação. Se fizermos assim, vamos comemorar", afirmou o lateral-direito Coelho, outro que poderá sair no pôster do título.
O jogador, que já foi titular do time na temporada, hoje ocupará a vaga de Eduardo, suspenso.
A principal preocupação do treinador durante a semana foi com a bola aérea. No último treinamento em São Paulo, ele trabalhou exaustivamente esse tipo de lance. Nos últimos três confrontos, os corintianos levaram dois gols dessa maneira, contra São Caetano e Ponte Preta.
O goleiro Fábio Costa disse ter se sentido mais confiante após o treinamento. "Esse trabalho de bola parada se justifica. Sofremos dois gols dessa maneira e isso não vinha acontecendo antes", afirmou o camisa 1. "O Goiás conta com bons cabeceadores. Temos que estar sempre junto dos atacantes e atentos para corrigir isso", disse Marcelo Mattos. (EDUARDO ARRUDA E RICARDO PERRONE)


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