São Paulo, domingo, 04 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Time alviverde tem que superar o Fluminense para ir à Libertadores e se equiparar à modesta equipe do ano passado

Rico, Palmeiras busca igualar "fase pobre"

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um elenco milionário e ofensivo, o Palmeiras quer alcançar a meta obtida pelo grupo barato e defensivo do Brasileiro do ano passado. Só a vitória sobre o Fluminense, no Parque Antarctica, hoje, às 16h, dá ao time paulista, de novo, a vaga na fase classificatória da Libertadores.
Mesmo se chegar ao seu objetivo, a equipe atual completará o campeonato com rendimento abaixo do obtido em 2004. Ao final do ano passado, o time alviverde teve aproveitamento de 57,2% dos pontos. Neste ano, no máximo, chega a 55,5%-por enquanto tem 54,4%.
Se vencer, o Palmeiras faz 70 pontos e passa o Fluminense, que tem 68. Então fica com a última vaga na Libertadores, e terá um mata-mata com o venezuelano Deportivo Táchira para chegar à fase de grupos.
"Estou satisfeito com a recuperação do time. Para chegar aonde queremos, precisamos desse jogo", disse Emerson Leão, que não ficará no banco porque foi suspenso pelo STJD anteontem.
Apesar de feliz com a equipe, o treinador reconhece que, se ficar na quinta posição, será cobrado por causa disso. A diretoria do Palmeiras quer a vaga, mas já admite o mérito de Leão, que pegou o time na 16ª posição.
Sob a gestão Mustafá Contursi, que continha gastos em 2004, o time alviverde acabou na quarta colocação. Na última rodada, contra o mesmo Fluminense, tinha jogadores como Ricardinho, Thiago Gentil e Nen. Dos titulares daquela época, só Marcinho Guerreiro e Daniel devem jogar na decisão de hoje-Marcos estava fora daquela partida.
Para o lugar dos outros, o Palmeiras investiu pesado: cerca de R$ 10 milhões. Chegaram jogadores caros como Marcinho, Juninho e Gamarra. Além de Leão, que tem alto salário.
Isso mudou a face da equipe, que se tornou mais técnica, mas com retaguarda mais vulnerável.
Em 2004, o time teve a segunda melhor defesa do Brasileiro: foram 47 gols tomados, com média de 1,02 por jogo. Na atual temporada, a equipe se tornou a nona defesa menos vazada: foram 63 gols, com média de 1,53.
Em compensação, o time aprimorou boa parte dos quesitos técnicos, exceto o passe, que teve leve queda. O Palmeiras atual faz mais assistências, mais lançamentos e mais cruzamentos.
Assim, a equipe finaliza mais: são 17 contra 14. Agora são 10,5 certas contra 9,1 em 2004, o que torna o ataque mais efetivo.
Tanto que o time alviverde tem o segundo ataque mais positivo, atrás só do Corinthians. São 78 gols (média de 1,9 por jogo).
Bem superior ao ano passado, quando o time teve modesta média de 1,56 com seus 72 gols feitos.
"Quem fizer gol nesta partida ficará marcado", disse o meia Marcinho, para quem o jogo com o Fluminense é como uma final.
Ex-São Caetano, o jogador é o símbolo do time atual: foi a negociação mais cara e o que mais fez gols. Metade dos seus direitos custaram R$ 6,2 milhões, e o meia já anotou 18 tentos.
"O time acertou nas contratações do Leão, Marcinho e Juninho. A diretoria foi bem. Os erros foram dentro de campo", analisou o goleiro Marcos. Para ele, o Palmeiras joga o trabalho do ano inteiro na partida de hoje.
O técnico Leão manterá o mistério sobre o time até o momento do jogo. Durante a semana, testou Gioino e Washington no ataque, com Corrêa no meio. Diego Souza no meio, com a saída de um atacante, pode ser uma opção.
Com qualquer time, o Palmeiras luta para referendar a ousadia de sua diretoria e de seu técnico.


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