São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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Palmeiras já planeja 2008 com Caio Júnior

Dirigente diz que treinador conhece o elenco e, a princípio, deve ser mantido

Técnico atual, que ganhou 55% dos pontos disputados, tem aproveitamento menor que cinco dos outros 16 que treinaram o clube no século


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

No campo, a frustração por perder em casa a vaga na Taça Libertadores. Fora dele, o Palmeiras começa a pensar em 2008. E, a princípio, com o técnico Caio Júnior nos planos.
"A intenção é dar seqüência ao trabalho. Ele conhece a base do grupo. O Caio conseguiu montar um grupo no meio da temporada. É um profissional capacitado para continuar no clube", declarou ontem o gerente de futebol palmeirense, Toninho Cecílio.
Ao lado do presidente Affonso della Monica, do vice, Gilberto Cipullo, e dos jogadores Diego Cavalieri, Pierre, Martinez e Valdivia, Caio Jr. participou ontem à noite da festa dos melhores do Brasileiro, organizada pela CBF, no Rio.
Segundo a Folha apurou, a intenção do treinador era conversar com Cipullo sobre a renovação de seu contrato, que acaba no próximo dia 31, ainda durante a cerimônia. O dirigente, porém, disse que só trataria do assunto hoje.
Depois de ser derrotado anteontem pelo Atlético-MG (3 a 1) e sair da zona classificatória da Libertadores na rodada derradeira do Nacional, o técnico falou em tom de despedida.
"Estou muito frustrado. Não sei se vou ficar. Vai depender da conversa que vamos ter. Não quero ficar para garantir emprego. Vou ficar se achar que devo. Se tiver seqüência de trabalho. Tenho de pesar os prós e os contras", disse, na ocasião.
O fato é que a derrapada do Palmeiras na reta final do torneio -foram quatro derrotas nos últimos cinco jogos- fez a chiadeira dos conselheiros que já eram contrários à permanência de Caio Jr. aumentar.
A bronca maior deu-se pelas alterações de última hora promovidas por ele, especialmente as ausências do volante Martinez, capitão da equipe na maior parte do campeonato, e do meia Caio, artilheiro do time no Brasileiro, com nove gols.
A favor do técnico, porém, pesa a situação financeira do clube. Só a dívida de 2007 está na casa dos R$ 10 milhões. Para a diretoria, trocar Caio Jr. é uma hipótese apenas se vier alguém com salário menor.
Do ponto de vista técnico, os números também pendem para ele. Até porque, dos 17 treinadores que dirigiram o time neste século, o atual comandante é o sexto melhor em termos de aproveitamento.
Em 60 confrontos à frente do time, ele somou 28 vitórias, 15 empates e 17 derrotas (aproveitamento de 55%). No Paulista, ele não conseguiu colocar o Palmeiras nem sequer entre os quatro melhores. Na Copa do Brasil, caiu diante do modesto Ipatinga, nos pênaltis, em casa.
E, sinal de que o técnico palmeirense ainda possui crédito com a diretoria, é o fato de as conversas dos dirigentes sobre as transações de atletas esbarrarem na opinião do treinador. Ontem, ao ser questionado sobre as situações dos atacantes Rodrigão e Edmundo, Toninho Cecílio citou a influência de Caio Jr. nas escolhas do elenco para o ano que vem.
"Vamos ouvir o Caio Jr. Ele precisa passar o que pensa sobre 2008", disse Cecílio.


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