São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Curado, Nenê vira o rei das enterradas na NBA

Menos de um ano após retirar tumor, brasileiro é líder no lance que mais encanta e pode atingir marca histórica se mantiver índice

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje, na NBA, quem sabe enterrar é brasileiro. Quase 11 meses após de passar por cirurgia para retirar tumor maligno do seu testículo direito, o ala-pivô Nenê, 26, do Denver Nuggets, lidera o ranking da jogada responsável por boa parte da fama da liga americana de basquete.
Superando estrelas como Shaquille O"Neal e jogadores atléticos como LeBron James, Nenê, de 2,11 m, é na temporada 2008/2009 o rei da mais plástica jogada do basquete.
A NBA não faz a contagem oficial de enterradas, mas elas são contabilizadas por inúmeras publicações e sites nos EUA, como o 82games.com.
Com os jogos feitos até anteontem, Nenê soma 43 enterradas, uma a mais que Dwight Howard, o pivô do Orlando Magic, que venceu o último concurso de cravadas da liga.
Só que para Nenê a enterrada o ajuda a pontuar. Tanto que 30% de seus pontos na temporada, a que vê a melhor média da sua carreira (15,2 pontos), ocorreram no lance em que ele crava a bola. No caso de Howard, esse percentual é de 19%. Para LeBron, o terceiro nas enterradas, não chega a 15%.
Mais espetacular é sua evolução. Na temporada passada, quando, devido a lesões e ao câncer, só atuou em 16 dos 82 jogos da fase de classificação, ele teve média de 0,6 enterrada.
Agora, nas 19 vezes que entrou em quadra pelo Denver, Nenê faz 2,3 enterradas por jogo, um crescimento de 283%.
Como a chance de errar a enterrada é mínima, 93% das tentativas de Nenê resultam em dois pontos. Ele tem em toda a NBA o melhor aproveitamento nas tentativas de dois pontos.
O ala-pivô, que registra sua melhor média de rebotes, acertou 64% dos arremessos. Ainda é cedo -a temporada não cumpriu o primeiro quarto-, mas, se seguir assim, Nenê será o atleta nos últimos 15 anos na NBA com o melhor aproveitamento numa edição (dentre os que têm número mínimo de arremessos para o ranking).
O técnico George Karl, do Denver, elogia Nenê, que tem mais espaço no garrafão após a saída do pivô Marcus Camby. "Ele é perfeccionista. E não tenta arremessos ruins. Tem uma consciência na hora de selecionar seus arremessos que muitos na NBA não têm."
Nenê atribui seu sucesso a Deus. "Por sua misericórdia e por sua inspiração, eu estou jogando dessa forma agora."


Com agências internacionais


Texto Anterior: Corinthians: Meia Tcheco sai da mira de diretoria
Próximo Texto: Em baixa: Armador Leandrinho vê seus números caírem e perde espaço
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.