São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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JUCA KFOURI

Qual é o milagre na última rodada?


Milagre mesmo só um e não diz respeito nem ao título nem ao rebaixamento: diz respeito à Libertadores

NADA INDICA que vá acontecer, mas, se o Grêmio vier a ser tricampeão no domingo, não será nada de assim tão extraordinário, porque o tricolor gaúcho é favorito diante do Galo, no Olímpico, e uma vitória do mandante Goiás, mesmo em terreno inóspito, não chega a ser zebra.
Lembremos que o Goiás tirou pontos de todos, todos os integrantes do G5, exceção feita, por enquanto, ao São Paulo.
Assim como, é verdade, o Galo só não tirou, até agora, pontos do Grêmio -e do rival Cruzeiro. O Goiás, aliás, tirou seis pontos do Cruzeiro, cinco do Flamengo e três de Grêmio e Palmeiras.
É menos difícil o Vasco se safar do rebaixamento do que o Grêmio ser campeão, embora, como diz com toda razão e humor sem igual o sorridente Muricy Ramalho, quem está com a faca e o queijo nas mãos é mesmo o tricolor paulista, a só um ponto do tri/hexacampeonato. Ou seja, o Goiás pode até tirar dois pontos também do São Paulo que nem por isso o título escapará, o quinto dos paulistas em seis anos de pontos corridos, era inaugurada por uma vitória mineira, do Cruzeiro, ponto de partida e, até aqui, ponto final.
Mas não chega a ser nenhum milagre a eventual salvação do Vasco, porque, se está obrigado a vencer o Vitória em São Januário, que não tem sido um palco amigo, está longe de ser anormal uma vitória do Santos sobre o Náutico, na Vila Belmiro, ou um empate do Flamengo com o Furacão, mesmo na Arena da Baixada, ou, ainda, um empate entre Figueirense e Inter, em Floripa.
Milagre, no domingo, só um: o Flamengo conseguir uma vaga na Libertadores da América. Não que não possa derrotar o frágil rubro-negro paranaense, mas nem Papai Noel acredita que a Lusa possa empatar com o Cruzeiro, no Mineirão lotado, ou que o Botafogo possa tirar pontos do Palmeiras no Palestra Itália, por azedo que esteja o clima na aldeia alviverde em busca de um prêmio de consolação.
Enfim, o domingo está quase aí, para lotar o Bezerrão, o Olímpico, o Mineirão, o Palestra Itália, São Januário, a Arena da Baixada e o Orlando Scarpelli.
É possível que o Maracanã apanhe um público razoável para ver Washington lutar pela artilharia contra o Ipatinga e se despedir de um Fluminense que prometeu tanto e entregou tão pouco na temporada. Como a Ilha do Retiro deve ter a presença da grata torcida do Sport, que conseguiu neste 2008 o título mais festejado de sua história, a Copa do Brasil, porque em 1987 tudo foi muito mais formal do que espontâneo, o Xico Sá e todos os torcedores do Leão que, mais uma vez, me desculpem, embora não desculpem jamais. E será que o torcedor santista não sentirá, ao menos, atração pelo drama do Timbu?

E agora, presidente?
Anticonstitucionalissimamente! Assim mesmo. É como a CBF acha que Lula agiu ao assinar o Estatuto do Torcedor, em 2003.
Porque, ao contestar que tenha alguma responsabilidade pelas sete mortes de torcedores na Fonte Nova, um ano atrás, a defesa da CBF é textual: "Boa parte do Estatuto do Torcedor é inconstitucional!", diz, com exclamação e tudo. Uau!

blogdojuca@uol.com.br


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