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Ricardo Teixeira pedirá a técnico tetracampeão que deixe o Corinthians agora para que eventual crise no clube não respingue no time nacional
CBF vai convidar Parreira para coordenar as seleções
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Carlos Alberto Parreira, 59, foi
escolhido pela Confederação Brasileira de Futebol para ocupar o
cargo de coordenador de seleções.
O convite ao técnico corintiano
será feito nesta semana, assim que
o presidente da entidade, Ricardo
Teixeira, voltar do Uruguai, onde
está sendo disputado o Sul-Americano sub-20.
Segundo a Folha apurou, o presidente da CBF pedirá a Parreira
que saia do Corinthians imediatamente, o que deixaria o time mais
popular do Estado sem técnico às
vésperas da Taça Libertadores.
Para justificar o pedido de exclusividade, o dirigente utilizará o
exemplo de Luxemburgo, que dividiu a seleção e o mesmo Corinthians em 1998. Seus argumentos:
se o time paulista viver uma crise,
ela respingará na seleção; se muitos corintianos começarem a ser
convocados, haverá acusação de
privilégio pelo fato de Parreira estar ligado ao Parque São Jorge.
Ter o tetracampeão de volta à
comissão técnica da seleção é um
sonho antigo do cartola. Desde a
saída de Wanderley Luxemburgo,
após a Olimpíada de Sydney, em
setembro de 2000, Teixeira faz
sondagens ao técnico corintiano.
Em duas oportunidades, ouviu
um não do treinador que levou o
Brasil ao tetracampeonato mundial: na sucessão do próprio Luxemburgo e, durante as eliminatórias para a Copa-02, após a demissão de Emerson Leão.
Para não ouvir uma terceira negativa, Teixeira resolveu reativar
o cargo de coordenador, função
que Parreira reiteradas vezes afirmou que aceitaria.
Ao contrário do que aconteceu
quando Antônio Lopes ocupou o
cargo, a idéia de Teixeira é dar ao
coordenador posição hierárquica
superior até à do técnico.
A intenção de Teixeira é ter Parreira não só como seu representante na comissão técnica, mas
que tenha poder de decisão na escolha de convocados e adversários da seleção. Na verdade, o cartola quer o corintiano como um
"segundo técnico".
A vantagem para Parreira seria
não ter que encarar a pressão da
torcida e da imprensa, exatamente suas justificativas para não voltar à CBF, de onde saiu após a Copa dos Estados Unidos, em 1994.
Uma de suas funções será escolher o sucessor de Luiz Felipe Scolari. Teixeira pretende anunciar o
nome do novo treinador até sexta,
para depois tirar férias.
A nova comissão técnica fará
sua estréia no dia 12 de fevereiro,
na China, contra a seleção asiática. No fim de março, volta a campo para enfrentar a seleção portuguesa, de Scolari.
Aceitando o convite, Parreira
também terá como subordinado
o técnico da seleção olímpica, Ricardo Gomes. Além do corintiano, o presidente da CBF contará
com duas pessoas que considera
fundamentais na conquista de seu
primeiro Mundial à frente da entidade: Zagallo e Américo Faria.
O técnico será efetivado neste
mês como assessor especial da
presidência da CBF. Terá como
missão acompanhar Teixeira em
eventos no exterior e contribuir
com a comissão técnica quando
for requisitado. Já o supervisor,
encarado pelo dirigente como peça-chave para a conquista do penta, continuará exercendo funções
administrativas, mas ganhará status e poderá participar de decisões da comissão técnica.
Para justificar a decisão de escolher primeiro o coordenador para
só depois anunciar o técnico, Teixeira tem argumentado que não
pode repetir o que considera seu
principal erro na Copa do Mundo
de 1998, quando colocou Zico como coordenador sem que ele tivesse afinidade com o treinador,
na época Zagallo.
Procurada, a CBF não quis se
manifestar sobre o assunto. Disse
apenas que a nova comissão técnica sairá oficialmente até sexta.
Parreira não foi localizado.
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