São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2004

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Jogos dia sim, dia não no Pré-Olímpico levam seleção a poupar atletas; maratona de 2003 reflete no 1º coletivo

Após ano sem férias, Brasil sub-23 põe treinos de lado

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A CONCEPCIÓN

Após um ano sem férias, os atletas da seleção brasileira sub-23 vão contrariar as determinações da Fifa e jogarão partidas com intervalos de menos de 48 horas no Pré-Olímpico do Chile.
A programação do torneio será um teste físico para atletas que, em sua grande maioria, enfrentaram o maior Nacional do planeta em todos os tempos (46 rodadas).
Cerca de 46 horas após atuar contra a Venezuela na quarta-feira, o Brasil pegará o Paraguai na sexta. Depois, são apenas 40 horas até encarar o Uruguai no domingo. Antes, na terça, os santistas do time -cinco são titulares- irão completar 365 dias da apresentação para a temporada de 2003, que teve, além do Campeonato Brasileiro, Taça Libertadores, Copa Sul-Americana, Torneio do Qatar, Copa Ouro, amistosos etc.
""A pior coisa são os jogos dia sim, dia não. Não há como fazer treino no dia seguinte às partidas. Em cada partida, os jogadores sofrem microlesões. Pensamos em fazer imersão no gelo com os atletas, como o Corinthians, mas não deverá ser possível aqui. Vamos tentar recuperá-los em uma piscina e faremos musculação 24 horas após os jogos", disse Carlos Nevez, preparador físico da equipe.
Treinos em dois períodos não acontecerão mais nesta semana. A comissão técnica tem ciência do esgotamento dos atletas. ""Temos jogadores que deveriam estar de férias e estão trabalhando", diz o treinador Ricardo Gomes.
Diego, por exemplo, está sendo poupado em algumas atividades, que já estão sendo bem dosadas. ""O Ricardo [Gomes] está tendo bom senso e dado só treinos leves", disse o meia santista.
O zagueiro Alex também desperta uma atenção especial por causa de tendinites nos joelhos. ""Fiquei fazendo tratamento nas poucas folgas de final de ano."
Odir Carmos, fisioterapeuta do time, é um dos que dão amparo aos mais desgastados. ""Fazemos só manutenção. Qualquer coisa agora pode estourar alguém." Sem tirar férias no início de 2003, Kaká, ex-capitão do time sub-23, ""estourou" no final do Paulista.
A parte física, porém, não é a única preocupação. ""Vamos fazer o melhor. Mas vários componentes pesam, como as viagens, a ausência da família", diz Nevez.
Gomes confirmou que o time da estréia será o mesmo dos últimos treinos, com três atacantes (Daniel Carvalho, Robinho e Dagoberto). Mas no primeiro coletivo, ontem, com a ajuda de atletas do Huachipato, já que só há 19 jogadores no Chile -Fábio Rochemback chega amanhã-, o resultado foi fraco: empate em 0 a 0 entre titulares e reservas.
Carvalho, um dos remanescentes da maratona da seleção sub-20, foi substituído por Wendell. O técnico justificou: "Ele estava muito cansado". E o atacante do Inter admitiu: "Estou exausto".



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