MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local

Abandonado pelo técnico interino, Édson Cegonha, no treino de ontem, os reservas do Corinthians enfrentam o Fluminense hoje, no Maracanã, pelo Torneio Rio-São Paulo, com a missão de melhorar seus índices técnicos para se aproximar do time que foi campeão brasileiro e mundial.
A performance do time B corintiano é negativa em relação à maioria dos fundamentos, segundo estatísticas do Datafolha.
A média de passes certos, por exemplo, caiu de 338 por partida no Mundial e de 302 no Brasileiro para 270 no Rio-São Paulo.
As faltas cometidas -23,3 por jogo no Mundial e 25,8 no Brasileiro- subiram para 29,7.
Os desarmes a cada partida, que foram de 143,3 no Brasileiro e 137 no Mundial, caíram para 132.
Os números mostram ainda que o time B do Corinthians dribla menos, lança menos, erra mais finalizações e tem menor tempo de posse de bola.
""Realmente não dá para nos comparar com o time de cima", afirmou ontem o meia Edu.
""No nosso primeiro jogo contra o Fluminense, em que fomos derrotados por 1 a 0, faltou a cara do Corinthians. É preciso aquela vibração, aquela força maior, para mostrarmos que o nível dos reservas e dos titulares é o mesmo", disse o zagueiro Adílson.
Para o volante Marcos Senna, os números negativos, somados à necessidade de vencer hoje para continuar na briga pela classificação, aumentam a responsabilidade dos reservas. ""Se quisermos continuar vivos, temos de resgatar o espírito corintiano de vitória", disse o lateral Daniel.
A preocupação demonstrada pelos jogadores, no entanto, parece não ser a mesma do técnico Cegonha, que dispensou o trabalho tático de praxe do time nos treinos que antecedem aos jogos.
O substituto de Oswaldo de Oliveira -que reassumirá o time na próxima segunda-feira- nem sequer foi ao campo ontem para ver o treino de dois toques comandado pelo auxiliar de preparação física Fábio Maseredjian.
""Normalmente fazemos um treino tático em véspera de jogo, e não recreativo, mas desta vez achei melhor mudar. Não assisti ao treino porque não tinha ninguém para torcer. Quando é o time titular contra o reserva, subo ao campo para torcer", afirmou.
Boêmio confesso, contrário à disciplina rígida aplicada no futebol, Cegonha já manifestara a intenção de abandonar o Corinthians após o retorno de Oliveira.
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