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Contra onda de doping, natação faz teste surpresa
Com 10 casos em 5 anos, CBDA adotará exame até nas categorias júnior e juvenil
Idéia de fiscalizar pela 1ª vez
atletas fora de competição
partiu de Sandra Soldan e
irá se juntar aos controles
feitos pela Fina e pelo COB
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
A natação brasileira fará neste ano, pela primeira vez, teste
antidoping fora de competição
nos atletas com chance de ir à
Olimpíada de Pequim. A iniciativa partiu da CBDA, a confederação nacional da modalidade.
Os testes ocorrerão paralelamente aos feitos pela Fina, a federação internacional, e pelo
Comitê Olímpico Brasileiro,
que estima 600 exames na delegação olímpica até os Jogos.
A natação registrou, de 2003
para cá, dez casos de doping,
envolvendo sete brasileiros
-média de dois por ano. Antes
de 2003, só um fora punido por
doping: Hugo Duprée, em 1997.
A CBDA, até hoje, só fazia
exames em provas. "Faremos
testes até nas categorias júnior
e juvenil", diz o presidente da
CBDA, Coaracy Nunes.
Segundo ele, a idéia foi de
Sandra Soldan, diretora-adjunta de doping da entidade.
Para Coaracy, dez casos em
cinco anos não preocupam.
"Não acho que isso ponha a natação brasileira em xeque."
Mas, em sites especializados,
é comum encontrar análises
criticando o país por causa do
doping. Dentre os dez casos, está o de Laura Azevedo, que foi
banida por reincidência. Ela
contestou na Justiça o procedimento do Ladetec, laboratório
que fez o primeiro exame e indicou o resultado positivo.
Laura seria testada, de novo,
pelo Ladetec, no Rio, único
centro certificado pelo Comitê
Olímpico Internacional na
América Latina, e se recusou a
passar pelo exame. Essa negativa é considerada doping, e dois
casos levam ao banimento.
Rebeca Gusmão espera julgamento da Corte de Arbitragem
do Esporte. Ela teve dois positivos, em 2006 e 2007, além de
ser acusada de manipular a urina de outro teste feito no Pan-07. Também pode ser banida.
"Nossa porcentagem [de doping] é abaixo da média internacional", diz o médico Eduardo de Rose, que integra a Agência Mundial Antidoping. "O número de exames na natação aumentou. Quando o [Hugo] Duprée foi pego, eram menos.
Quando faz, tem resultado."
Para De Rose, o combate ao
doping passa pela execução de
mais testes fora de competição.
Até o Pan do Rio, o Brasil jamais tivera um flagrado em
eventos multiesportivos, como
a Olimpíada. No Rio-07, além
de Rebeca, que perdeu quatro
medalhas (duas de ouro), o pesista Fabrício Mafra perdeu o
bronze por causa de doping.
O COB divulgou que, na preparação para Pequim, distribuirá cartilhas e fará controle
preventivo dos atletas. "Como a
delegação ainda se encontra em
processo de formação, os testes
terão inicio a partir de maio",
informou o comitê à Folha.
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