São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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JUCA KFOURI

Para a memória de Luxemburgo


O técnico tem insistido, no "Painel do Leitor", que nunca foi sócio de Sérgio Malucelli, do clube paranaense Iraty

ESTÁ NO "Jornal do Senado" de 1º de dezembro de 2000.
"O ex-treinador da seleção brasileira Wanderley Luxemburgo negou, durante o depoimento na CPI do Futebol, que ele ou sua mulher, Josefa Costa Santos Luxemburgo, tenham contas no exterior. Diante de questionamento do senador José Eduardo Dutra (PT-SE), segundo o qual Josefa teria uma conta em Miami, Luxemburgo disse não saber do fato. (...)
Ainda interrogado por Dutra, Luxemburgo reconheceu que teve negócios com Sérgio Malucelli, presidente do clube Iraty, da segunda divisão do futebol paranaense.
Segundo o ex-treinador da seleção brasileira, durante três meses eles arrendaram um bar no Estação Plaza, shopping center de Curitiba, que teria o nome de Wanderley Luxemburgo Futebol Café.
De acordo com Luxemburgo, há também outra sociedade entre os dois em um empreendimento envolvendo um isotônico.
Ele negou, porém, que tenha participação no bingo de Malucelli, e não explicou o recebimento de um depósito em sua conta, ao tempo da contratação do jogador Arinelson, do Iraty para o Santos, clube do qual era técnico. (...)
Wanderley Luxemburgo afirmou à CPI do Futebol que possui duas certidões de nascimento: uma com data de 10 de maio de 1952 e outra, de 1955. Na mais antiga, seu nome tem a grafia Vanderlei."
Fica, assim, cabalmente demonstrado que o erro cometido nesta coluna limitou-se a confundir J. Malucelli, que está fazendo uma parceria com o Corinthians para ter um time com o nome do alvinegro no Paraná, com S. Malucelli.
E um erro é sempre um erro lamentável, mas, no caso, para o autor da coluna e, também, para o Corinthians. Não para Luxemburgo, que tenta negar o inegável.
Erro devidamente reconhecido no "Painel do Leitor", no "Erramos" deste jornal e, mais uma vez, com uma "Kirrata" na coluna. Porque as "provas" que Vanderlei Luxemburgo da Silva (ou seria Wanderley?) insiste que sejam mostradas de seu relacionamento com o dono do Iraty são redundantes, e retumbantes, diante do depoimento que deu à CPI do Futebol, no Senado Federal.
Esclareço, ainda, que o técnico canta vitória antes do tempo em relação às ações que nos envolvem na Justiça, uma movida por ele, outra por mim, e julgadas apenas em primeira instância, com recursos meus em andamento.
Como jornalistas erram ao trocar J por S e certos indivíduos ao fraudar certidões de nascimento, juízes de direito também se equivocam, muitas vezes por não perceber detalhes nos processos que julgam, razão pela qual existem as segundas e terceiras instâncias. Embora, é claro, sejam erros de origens absolutamente diferentes.
Lamento ocupar tanto espaço com o que é, ou deveria ser, de amplo conhecimento público desde, ao menos, 2000, por ocasião das CPIs que denunciaram VL (ou WL?). Mas como se diz que o Brasil se esquece rapidamente das coisas e está óbvio que o treinador anda com amnésia, este longo pró-memória tornou-se obrigatório. E, enfim, sempre faz bem à biografia estar em lado oposto ao de um certo tipo de gente.

blogdojuca@uol.com.br


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