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Artilheiro Neymar brilha, e Santos é o novo líder
Meninos da Vila vencem o Santo André, e time tem o melhor ataque do torneio
Santo André 1
Santos 2
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTO ANDRÉ
"Foi um contra-ataque rápido. Driblei um, dois, três: gol."
Assim Neymar explicou seu gol
diante do Santo André.
Sua descrição foi tão curta
quanto o lance. Do momento
que recebeu o passe até a conclusão, o garoto santista demorou seis segundos com a bola.
Foi o suficiente para enfileirar três adversários. Um corte
seco precedeu o toque fraco,
com a parte interna do pé, no
canto de Júlio César. Eram
24min do primeiro tempo
quando o Santos abriu o placar.
O lance transcorreu em silêncio, que antecedeu o barulho de aproximadamente dez
locutores, todos repetindo "golaço" ao retomarem o fôlego.
Neymar não fez autoelogios,
não criou mensagens engraçadas nem xingou. Realizou sua
festa no banco de reservas, onde estava Giovanni, que completava ontem 38 anos. São 20
anos a mais do que Neymar,
que chega hoje à maioridade.
Ainda menor, no estádio do
ABC, o novo pupilo santista pedalou, tabelou e arrancou para
cima da zaga do Santo André.
Cercado, viu um rival tocar
para Paulo Henrique Ganso,
que deslocou o goleiro para
marcar o gol de desempate.
Ainda menor, foi caçado em
campo, sob o olhar complacente do árbitro Sálvio Spínola.
"Tentaram me intimidar, mas é
assim mesmo", explicou.
Ainda menor, tornou-se o
maior driblador e o artilheiro
do Paulista, com seis gols.
Ainda menor, conduziu o
Santos à liderança do Estadual.
Com 13 pontos, supera o Botafogo de Ribeirão Preto no saldo.
Afinal, é do Santos o melhor
ataque do torneio, resultado de
um estilo leve e franco de jogo.
É verdade que o time é instável. Jovem e em início de temporada, dá diversos espaços e
não sabe cadenciar o jogo.
As consequências eram seguidos lances perigosos do Santo André. Ora o goleiro Felipe
rebatia a bola para o meio da
área, ora os zagueiros deixavam
atacantes em liberdade.
Foi assim que Rodriguinho
marcou o gol do Santo André.
Baixo, cabeceou sozinho para
empatar o confronto.
A instabilidade sobre a liderança santista durou até o final
da partida. Contribuiu o fato de
o treinador Dorival Jr. ter feito
substituições para recuar o time, como a troca de Paulo Ganso por Germano.
O campo pesado também
prejudicava o time mais rápido
do Santos, que já não conseguia
puxar contra-ataques como no
início. O Santo André também
não exibia a mesma força. Já
era o suficiente para a vitória
dos garotos da Vila.
Na arquibancada, a torcida
gritava "Robinho vem aí, o bicho vai pegar". Mas ontem,
Neymar foi mais do que suficiente para o triunfo santista.
Ao final, ele admitiu que seu
futebol já despertou sondagens
de equipes europeias. Mas, por
enquanto, prefere ouvir os santistas gritarem seu nome. E
simplificar seus feitos. "Foi um
belo gol", encerrou.
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