São Paulo, sexta-feira, 05 de fevereiro de 2010

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Artilheiro Neymar brilha, e Santos é o novo líder

Meninos da Vila vencem o Santo André, e time tem o melhor ataque do torneio

Santo André 1
Santos 2


RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTO ANDRÉ

"Foi um contra-ataque rápido. Driblei um, dois, três: gol." Assim Neymar explicou seu gol diante do Santo André.
Sua descrição foi tão curta quanto o lance. Do momento que recebeu o passe até a conclusão, o garoto santista demorou seis segundos com a bola.
Foi o suficiente para enfileirar três adversários. Um corte seco precedeu o toque fraco, com a parte interna do pé, no canto de Júlio César. Eram 24min do primeiro tempo quando o Santos abriu o placar.
O lance transcorreu em silêncio, que antecedeu o barulho de aproximadamente dez locutores, todos repetindo "golaço" ao retomarem o fôlego.
Neymar não fez autoelogios, não criou mensagens engraçadas nem xingou. Realizou sua festa no banco de reservas, onde estava Giovanni, que completava ontem 38 anos. São 20 anos a mais do que Neymar, que chega hoje à maioridade.
Ainda menor, no estádio do ABC, o novo pupilo santista pedalou, tabelou e arrancou para cima da zaga do Santo André.
Cercado, viu um rival tocar para Paulo Henrique Ganso, que deslocou o goleiro para marcar o gol de desempate.
Ainda menor, foi caçado em campo, sob o olhar complacente do árbitro Sálvio Spínola. "Tentaram me intimidar, mas é assim mesmo", explicou.
Ainda menor, tornou-se o maior driblador e o artilheiro do Paulista, com seis gols.
Ainda menor, conduziu o Santos à liderança do Estadual. Com 13 pontos, supera o Botafogo de Ribeirão Preto no saldo.
Afinal, é do Santos o melhor ataque do torneio, resultado de um estilo leve e franco de jogo.
É verdade que o time é instável. Jovem e em início de temporada, dá diversos espaços e não sabe cadenciar o jogo.
As consequências eram seguidos lances perigosos do Santo André. Ora o goleiro Felipe rebatia a bola para o meio da área, ora os zagueiros deixavam atacantes em liberdade.
Foi assim que Rodriguinho marcou o gol do Santo André. Baixo, cabeceou sozinho para empatar o confronto.
A instabilidade sobre a liderança santista durou até o final da partida. Contribuiu o fato de o treinador Dorival Jr. ter feito substituições para recuar o time, como a troca de Paulo Ganso por Germano.
O campo pesado também prejudicava o time mais rápido do Santos, que já não conseguia puxar contra-ataques como no início. O Santo André também não exibia a mesma força. Já era o suficiente para a vitória dos garotos da Vila.
Na arquibancada, a torcida gritava "Robinho vem aí, o bicho vai pegar". Mas ontem, Neymar foi mais do que suficiente para o triunfo santista.
Ao final, ele admitiu que seu futebol já despertou sondagens de equipes europeias. Mas, por enquanto, prefere ouvir os santistas gritarem seu nome. E simplificar seus feitos. "Foi um belo gol", encerrou.


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