São Paulo, sábado, 05 de fevereiro de 2011

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Campeonato Inglês vira mercado paralelo do futebol, abrindo portas para milionários de dez nacionalidades e com capital de R$ 142 bilhões

RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

Por trás da badalada Premier League, há bancos, aves, cassinos, diamantes, editoras, madeira, petróleo...
O futebol inglês ostenta só na primeira divisão um capital conjunto de R$ 142 bilhões, somando-se as fortunas dos donos dos clubes.
Roman Abramovich, magnata russo que mudou a história do Chelsea fazendo altos investimentos na compra de atletas, virou símbolo da nova era do Campeonato Inglês, mas não é o mais rico nem um fenômeno isolado.
A concorrência é tão pesada que a família do xeque Mansour bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, o proprietário do Manchester City, possui cerca de US$ 1 trilhão.
Numa disputa nesse nível, os gastos de mais de 250 milhões em reforços nesta janela de transferências de janeiro, em tese a menos aquecida, parecem uma pechincha.
Fernando Torres custou ao Chelsea R$ 134 milhões, recorde no país, e o técnico Rafa Benítez, ex-Liverpool, disse que o atacante quase saiu antes por R$ 188 milhões.
O lanterna Wolverhampton tem um "modesto" inglês no comando: o empresário Steve Morgan, com fortuna estimada em R$ 950 milhões.
Há uma dezena de nacionalidades por trás dos clubes da primeira divisão. O dinheiro vem de EUA, Emirados Árabes, Hong Kong, Índia, Islândia, Letônia, Rússia e até do efervescente Egito.
É por conta desse cenário faraônico que a Uefa estipulou regras para combater a dinheirama que desequilibra competições. Só que o chamado "fair play financeiro" e a recente crise econômica global parecem não estar preocupando os grandes investidores do futebol inglês.
Possivelmente o maior prejuízo da história do futebol tenha sido visto na transação de Robinho para o Milan. O Manchester City pagou mais de R$100 milhões por ele, que saiu para o Milan cinco meses depois de graça, segundo a Folha apurou.
O clube italiano arcou só com os salários do jogador, que totalizariam R$ 40 milhões em três temporadas.
A luta para controlar os clubes ingleses é intensa. Mais da metade dos times da elite já são totalmente ou em parte de estrangeiros.
No Arsenal, a disputa interna envolve pesos-pesados como o americano Stan Kroenke (R$ 5,6 bilhões) e o russo Alisher Usmanov (R$ 21,4 bilhões) -até o Glasgow Rangers, clube escocês, tem uma parte do Arsenal (0,2%).
E nove dos 20 clubes da segunda divisão estão ligados a milionários estrangeiros.
Nos últimos dias, foi especulada a possível entrada do bilionário Bill Gates no Nottingham Forest, hoje na segunda divisão inglesa, que recebe recursos de Egito, EUA, Hong Kong, Índia, Israel, Itália, Malásia, Tailândia, além do País de Gales.
Mesmo sem Copa, a Inglaterra tem visto a construção e ampliação de estádios.
John Henry, novo dono do Liverpool que pagou R$ 93 milhões pelo novato Carroll, jogador inglês mais caro da história, está na dúvida se constrói uma arena nova para 60 mil pessoas ou se "apenas" amplia o Anfield Road.
Os donos do Tottenham acenam com a possibilidade de ficar com o suntuoso estádio da Olimpíada de Londres, porém a torcida do clube protesta por não querer mudar de bairro e deixar sua velha casa, White Hart Lane.


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