São Paulo, domingo, 05 de março de 2000


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FUTEBOL
África recebe o Paulista

RODRIGO BUENO
O Campeonato Paulista de 2001 vai começar na África.
Esse é o próximo plano do presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, que, em meio a seu forte trabalho de marketing, tem buscado internacionalizar o torneio que é, de fato, o mais forte estadual do planeta.
A idéia do dirigente é fazer o lançamento do Paulista-2001 do outro lado do Atlântico -o Paulista-2000 já teve seu lançamento em um cruzeiro no litoral do Estado- e armar um jogo entre o campeão paulista deste ano (se possível) e uma equipe africana.
""Para apresentar um grande campeonato, tem que fazer uma grande festa. Nós fizemos festa no Olympia, Carnaval na Paulista e precisávamos fazer num navio. Agora estou pensando em levar um Concorde para a África", disse o presidente da FPF.
Farah tem na mira mais especificamente a África do Sul, que é favorita na disputa pela sede da Copa do Mundo de 2006.
""Serão dois Concordes, que levarão todo mundo para um hotel seis estrelas que existe só na África. O Paulista festejará sua abertura na África. E aí nós traríamos um time da África para encerrar o Paulista no Brasil", disse Farah.
O dirigente fracassou no ano passado em sua tentativa de marcar um duelo entre o campeão paulista e o campeão espanhol no meio do ano, em Miami (EUA).
""A Europa está agora muito parecida com o Brasil. Não há datas para as partidas. Tivemos uma data disponível, e o Barcelona foi convocado a jogar por uma competição. É mais fácil jogar contra um time da África", disse Farah.
O projeto de internacionalização do Paulista era ainda maior. Farah, inicialmente, tinha arquitetado jogos entre o campeão paulista e os campeões de Inglaterra, França e Alemanha até 2002.
Mesmo antes do sonhado calendário mundial unificado, a realização de tais partidas seria quase impossível. Os grandes clubes da Europa relutam até a disputar Mundial organizado pela Fifa.
Farah, aliás, não tem poupado esforços no sentido de se aproximar da máxima entidade do futebol. A melhor forma que conseguiu até agora foi experimentar várias regras, oferecendo o Paulista como laboratório para a Fifa.
Em alguns casos, foi muito feliz, como na reposição rápida das bolas ao campo de jogo. Constatei que, ainda em 1994, de forma bem pioneira portanto, havia até um plano para testar dois árbitros em uma mesma partida no Paulista.
Em outros casos, como na implantação do cartão azul, conseguiu só a reprovação da Fifa.
Para manter o Paulista atrativo, Farah se acostumou a buscar soluções no exterior. Juízes estrangeiros e até cheerleaders foram importadas. Nem sempre os resultados buscados foram alcançados.
Agora, o Paulista se prepara para a sua maior viagem. Levar o campeonato para a África pode parecer soberba ou até maluquice, mas assim um torneio regional consegue todo o espaço de uma coluna de futebol internacional.

Notas

Paulista-Fifa 1

A partir deste ano, todos os membros da comissão técnica dos times deverão usar crachás em campo no Campeonato Paulista, exatamente como acontece nas competições da máxima entidade do futebol.

Paulista-Fifa 2

A imprensa terá acesso mais restrito ao campo, e os profissionais que estiverem na cobertura dos jogos deverão vestir uniforme com o logotipo da Federação Paulista de Futebol. Os jornalistas que vendem espaços em suas roupas provavelmente terão que renegociar com seus patrocinadores.

Paulista-Fifa 3

O Morumbi, principal estádio do Paulista (ainda mais com a quase certa inutilização do Pacaembu para o torneio deste ano), terá assentos para todos os torcedores, como há muito prometeu Farah. Foi uma exigência da Fifa para o recente Mundial de Clubes.

E-mail rbueno@folhasp.com.br



Rodrigo Bueno escreve às sextas-feiras

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