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FUTEBOL
África recebe o Paulista
RODRIGO BUENO
O Campeonato Paulista de 2001
vai começar na África.
Esse é o próximo plano do presidente da Federação Paulista de
Futebol, Eduardo José Farah, que,
em meio a seu forte trabalho de
marketing, tem buscado internacionalizar o torneio que é, de fato,
o mais forte estadual do planeta.
A idéia do dirigente é fazer o
lançamento do Paulista-2001 do
outro lado do Atlântico -o Paulista-2000 já teve seu lançamento
em um cruzeiro no litoral do Estado- e armar um jogo entre o
campeão paulista deste ano (se
possível) e uma equipe africana.
""Para apresentar um grande
campeonato, tem que fazer uma
grande festa. Nós fizemos festa no
Olympia, Carnaval na Paulista e
precisávamos fazer num navio.
Agora estou pensando em levar
um Concorde para a África", disse
o presidente da FPF.
Farah tem na mira mais especificamente a África do Sul, que é
favorita na disputa pela sede da
Copa do Mundo de 2006.
""Serão dois Concordes, que levarão todo mundo para um hotel
seis estrelas que existe só na África. O Paulista festejará sua abertura na África. E aí nós traríamos
um time da África para encerrar o
Paulista no Brasil", disse Farah.
O dirigente fracassou no ano
passado em sua tentativa de marcar um duelo entre o campeão
paulista e o campeão espanhol no
meio do ano, em Miami (EUA).
""A Europa está agora muito parecida com o Brasil. Não há datas
para as partidas. Tivemos uma
data disponível, e o Barcelona foi
convocado a jogar por uma competição. É mais fácil jogar contra
um time da África", disse Farah.
O projeto de internacionalização do Paulista era ainda maior.
Farah, inicialmente, tinha arquitetado jogos entre o campeão paulista e os campeões de Inglaterra,
França e Alemanha até 2002.
Mesmo antes do sonhado calendário mundial unificado, a realização de tais partidas seria quase
impossível. Os grandes clubes da
Europa relutam até a disputar
Mundial organizado pela Fifa.
Farah, aliás, não tem poupado
esforços no sentido de se aproximar da máxima entidade do futebol. A melhor forma que conseguiu até agora foi experimentar
várias regras, oferecendo o Paulista como laboratório para a Fifa.
Em alguns casos, foi muito feliz,
como na reposição rápida das bolas ao campo de jogo. Constatei
que, ainda em 1994, de forma bem
pioneira portanto, havia até um
plano para testar dois árbitros em
uma mesma partida no Paulista.
Em outros casos, como na implantação do cartão azul, conseguiu só a reprovação da Fifa.
Para manter o Paulista atrativo, Farah se acostumou a buscar
soluções no exterior. Juízes estrangeiros e até cheerleaders foram
importadas. Nem sempre os resultados buscados foram alcançados.
Agora, o Paulista se prepara para a sua maior viagem. Levar o
campeonato para a África pode
parecer soberba ou até maluquice, mas assim um torneio regional
consegue todo o espaço de uma
coluna de futebol internacional.
Notas
Paulista-Fifa 1
A partir deste ano, todos os
membros da comissão técnica
dos times deverão usar crachás
em campo no Campeonato
Paulista, exatamente como
acontece nas competições da
máxima entidade do futebol.
Paulista-Fifa 2
A imprensa terá acesso mais
restrito ao campo, e os profissionais que estiverem na cobertura dos jogos deverão vestir uniforme com o logotipo da
Federação Paulista de Futebol.
Os jornalistas que vendem espaços em suas roupas provavelmente terão que renegociar
com seus patrocinadores.
Paulista-Fifa 3
O Morumbi, principal estádio do Paulista (ainda mais
com a quase certa inutilização
do Pacaembu para o torneio
deste ano), terá assentos para
todos os torcedores, como há
muito prometeu Farah. Foi
uma exigência da Fifa para o
recente Mundial de Clubes.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
Rodrigo Bueno escreve às sextas-feiras
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