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FUTEBOL
Palmeiras e Santos, montados por seus treinadores durante o Paulista, se enfrentam pela liderança da competição
Clássico na Vila coloca evoluções à prova
MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Era uma vez dois clubes pelos
quais ninguém dava nada no início do Paulista. Mas os patinhos
feios tinham técnicos experientes,
que prometiam transformar os
bichinhos em times competitivos
em um torneio onde nadavam como cisnes o campeão São Paulo e
o milionário Corinthians.
Se não viraram times de futebol
vistoso, ao menos Santos e Palmeiras chegam à Vila Belmiro para o clássico das 16h na disputa
pelo título. O Santos é o líder, e o
Palmeiras está em terceiro, com
dois pontos e um jogo a menos.
"A primeira coisa necessária foi
tentar dar um perfil a essa equipe.
Ainda não encontramos, mas estamos bem mais perto", afirma o
santista e otimista Vanderlei Luxemburgo. "Sempre disse que esse time conseguiria disputar o título, mas que ia ser acertado ao
longo da competição."
O palmeirense Emerson Leão,
porém, mantém o mesmo tom
cauteloso do início do certame,
quando dizia que seria difícil levar
o time a uma campanha vitoriosa.
"Não montei time nenhum, não
tem time montado. Não tenho a
ilusão de dois pontos quando tem
mais de três na disputa."
Tanto o Santos quanto o Palmeiras começaram seus acertos
pelas defesas. São respectivamente a primeira e a segunda melhores retaguardas do Paulista, com
12 e 13 gols sofridos.
No Santos, a evolução se dá com
uma das marcas dos times de Luxemburgo: o baixo número de faltas. O time tem uma média de
20,3 por jogo, enquanto o rival faz
24,6, segundo o Datafolha.
No ataque, a equipe ainda não
engrenou. São 21 gols, o menor
rendimento entre os cinco primeiros colocados. O erro nas finalizações é constante na Vila, que
acerta o gol em apenas 34,9% das
chances que cria, enquanto o adversário tem percentual de 40,3%.
No Palmeiras, a melhora na
marcação ao longo do torneio
tem contribuído até mesmo para
que a produção no ataque suba.
"Aprimoramos a defesa. Temos
jogador com mais liberdade. Encaixamos o ataque", avalia o treinador palmeirense.
É com base nesse desempenho
que tanto no Parque Antarctica
como na Vila Belmiro crescem, a
cada rodada em que as equipes se
mantêm na ponta da tabela, as esperanças para acabar com seus jejuns de títulos estaduais. Santos e
Palmeiras são os dois grandes há
mais tempo na espera para voltar
a levantar o Paulista.
Os palmeirenses não ganham o
Estadual desde 1996, quando levaram o troféu com direito a cravar
a melhor campanha da história da
competição (92,2% de aproveitamento), além de montar um ataque que ultrapassou a marca dos
cem gols, estrelado e conduzido
por Djalminha, Rivaldo, Muller e
Luizão -o técnico daquela equipe era Luxemburgo.
No Santos, a lembrança da volta
olímpica com a taça do Estadual
nas mãos é mais remota. A edição
de 1984, justamente num torneio
de pontos corridos, foi a última
abocanhada pelos santistas.
Talvez pelo grande período sem
o Paulista é que, mesmo após o bicampeonato brasileiro em 2002 e
2004, a obsessão pelo Estadual
continue acesa na Vila Belmiro.
NA TV - Globo (para Grande
SP) e Record, ao vivo, a partir
das 16h
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