São Paulo, domingo, 05 de março de 2006

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FUTEBOL

Palmeiras e Santos, montados por seus treinadores durante o Paulista, se enfrentam pela liderança da competição

Clássico na Vila coloca evoluções à prova

MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Era uma vez dois clubes pelos quais ninguém dava nada no início do Paulista. Mas os patinhos feios tinham técnicos experientes, que prometiam transformar os bichinhos em times competitivos em um torneio onde nadavam como cisnes o campeão São Paulo e o milionário Corinthians.
Se não viraram times de futebol vistoso, ao menos Santos e Palmeiras chegam à Vila Belmiro para o clássico das 16h na disputa pelo título. O Santos é o líder, e o Palmeiras está em terceiro, com dois pontos e um jogo a menos.
"A primeira coisa necessária foi tentar dar um perfil a essa equipe. Ainda não encontramos, mas estamos bem mais perto", afirma o santista e otimista Vanderlei Luxemburgo. "Sempre disse que esse time conseguiria disputar o título, mas que ia ser acertado ao longo da competição."
O palmeirense Emerson Leão, porém, mantém o mesmo tom cauteloso do início do certame, quando dizia que seria difícil levar o time a uma campanha vitoriosa.
"Não montei time nenhum, não tem time montado. Não tenho a ilusão de dois pontos quando tem mais de três na disputa."
Tanto o Santos quanto o Palmeiras começaram seus acertos pelas defesas. São respectivamente a primeira e a segunda melhores retaguardas do Paulista, com 12 e 13 gols sofridos.
No Santos, a evolução se dá com uma das marcas dos times de Luxemburgo: o baixo número de faltas. O time tem uma média de 20,3 por jogo, enquanto o rival faz 24,6, segundo o Datafolha.
No ataque, a equipe ainda não engrenou. São 21 gols, o menor rendimento entre os cinco primeiros colocados. O erro nas finalizações é constante na Vila, que acerta o gol em apenas 34,9% das chances que cria, enquanto o adversário tem percentual de 40,3%.
No Palmeiras, a melhora na marcação ao longo do torneio tem contribuído até mesmo para que a produção no ataque suba.
"Aprimoramos a defesa. Temos jogador com mais liberdade. Encaixamos o ataque", avalia o treinador palmeirense.
É com base nesse desempenho que tanto no Parque Antarctica como na Vila Belmiro crescem, a cada rodada em que as equipes se mantêm na ponta da tabela, as esperanças para acabar com seus jejuns de títulos estaduais. Santos e Palmeiras são os dois grandes há mais tempo na espera para voltar a levantar o Paulista.
Os palmeirenses não ganham o Estadual desde 1996, quando levaram o troféu com direito a cravar a melhor campanha da história da competição (92,2% de aproveitamento), além de montar um ataque que ultrapassou a marca dos cem gols, estrelado e conduzido por Djalminha, Rivaldo, Muller e Luizão -o técnico daquela equipe era Luxemburgo.
No Santos, a lembrança da volta olímpica com a taça do Estadual nas mãos é mais remota. A edição de 1984, justamente num torneio de pontos corridos, foi a última abocanhada pelos santistas.
Talvez pelo grande período sem o Paulista é que, mesmo após o bicampeonato brasileiro em 2002 e 2004, a obsessão pelo Estadual continue acesa na Vila Belmiro.


NA TV - Globo (para Grande SP) e Record, ao vivo, a partir das 16h


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