São Paulo, segunda-feira, 05 de março de 2007

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Nem derrota e ironias balançam Leão

Técnico ouve provocações de palmeirenses e ganha o aval da diretoria corintiana para seguir no comando da equipe

Desta vez treinador evita reclamar da arbitragem, mas se queixa de mudanças e vê Roger criticar esquema tático ainda no intervalo

DA REPORTAGEM LOCAL

"Fica Leão, fica Leão", foi o coro da torcida palmeirense durante boa parte do segundo tempo de ontem.
E ele ficará. Antes da partida, indagado se o técnico corria o risco de cair numa hipotética derrota por 3 a 0, Renato Duprat, homem forte do futebol corintiano, afastou enfaticamente a chance de degola.
Depois da partida, Leão mesmo se defendeu. Questionado se a segunda derrota em clássicos e o fato de seu time estar há quatro jogos sem vitórias no Estadual deixaria seu cargo ameaçado, ele contestou, de forma mais ríspida: "Entrevista o presidente que você ficará sabendo. Eu só cumpro a determinação dele".
Outro que recebeu recado de Leão foi o meia Roger. No intervalo da partida, quando o placar era 2 a 0 para o Palmeiras, ele reclamou da postura do Corinthians nos clássicos.
"Nosso time parece que tem medo de se expor em clássicos. Ficam sete atrás e só três na frente", declarou o jogador.
"Cansei de avisá-lo para jogar mais à frente antes de ele dar essa entrevista", falou Leão, que, mais uma vez, comentou a atuação do trio de arbitragem. "É importante ter bom senso e falar que o árbitro não teve interferência. Nada a reclamar", declarou ele, antes de fazer a observação de que sempre o acusam de culpar os juízes.
Se, dessa vez, no entender do técnico, o juiz não teve responsabilidade, ela compete a quem? "Não tem como tapar o sol com a peneira. Somos devedores no campo e temos que pagar", disse Leão, para quem as seguidas trocas que tem sido obrigado a fazer no time têm prejudicado.
Ontem, novamente, ele teve de improvisar. Lançou outra vez o volante Carlão na lateral esquerda. Como o atleta sentiu as costas e o técnico optou por não levar o especialista do setor, Wellington, nem ao o banco, Rafael Fefo, também volante, entrou na função.
Foi a segunda mudança de Leão, que antes já havia trocado o volante Daniel pelo meia Willian. Sua derradeira mudança foi ainda mais inusitada: sacou o lateral-direito Eduardo para a entrada do atacante Amoroso. "Tentamos todas as opções possíveis", disse Leão.
O problema é que ontem, as tentativas deixaram o time sem um padrão tático, com jogadores fora de posição. O time parecia um bando em campo. (LUÍS FERRARI E PAULO GALDIERI)


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