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Nem derrota e ironias balançam Leão
Técnico ouve provocações de palmeirenses e ganha o aval da diretoria corintiana para seguir no comando da equipe
Desta vez treinador evita reclamar da arbitragem, mas se queixa de mudanças e vê Roger criticar esquema tático ainda no intervalo
DA REPORTAGEM LOCAL
"Fica Leão, fica Leão", foi o
coro da torcida palmeirense
durante boa parte do segundo
tempo de ontem.
E ele ficará. Antes da partida,
indagado se o técnico corria o
risco de cair numa hipotética
derrota por 3 a 0, Renato Duprat, homem forte do futebol
corintiano, afastou enfaticamente a chance de degola.
Depois da partida, Leão mesmo se defendeu. Questionado
se a segunda derrota em clássicos e o fato de seu time estar há
quatro jogos sem vitórias no
Estadual deixaria seu cargo
ameaçado, ele contestou, de
forma mais ríspida: "Entrevista
o presidente que você ficará sabendo. Eu só cumpro a determinação dele".
Outro que recebeu recado de
Leão foi o meia Roger. No intervalo da partida, quando o
placar era 2 a 0 para o Palmeiras, ele reclamou da postura do
Corinthians nos clássicos.
"Nosso time parece que tem
medo de se expor em clássicos.
Ficam sete atrás e só três na
frente", declarou o jogador.
"Cansei de avisá-lo para jogar
mais à frente antes de ele dar
essa entrevista", falou Leão,
que, mais uma vez, comentou a
atuação do trio de arbitragem.
"É importante ter bom senso e
falar que o árbitro não teve interferência. Nada a reclamar",
declarou ele, antes de fazer a
observação de que sempre o
acusam de culpar os juízes.
Se, dessa vez, no entender do
técnico, o juiz não teve responsabilidade, ela compete a
quem? "Não tem como tapar o
sol com a peneira. Somos devedores no campo e temos que
pagar", disse Leão, para quem
as seguidas trocas que tem sido
obrigado a fazer no time têm
prejudicado.
Ontem, novamente, ele teve
de improvisar. Lançou outra
vez o volante Carlão na lateral
esquerda. Como o atleta sentiu
as costas e o técnico optou por
não levar o especialista do setor, Wellington, nem ao o banco, Rafael Fefo, também volante, entrou na função.
Foi a segunda mudança de
Leão, que antes já havia trocado o volante Daniel pelo meia
Willian. Sua derradeira mudança foi ainda mais inusitada:
sacou o lateral-direito Eduardo
para a entrada do atacante
Amoroso. "Tentamos todas as
opções possíveis", disse Leão.
O problema é que ontem, as
tentativas deixaram o time sem
um padrão tático, com jogadores fora de posição. O time parecia um bando em campo.
(LUÍS FERRARI E PAULO GALDIERI)
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