São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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JUCA KFOURI

Lanterna verde, luz vermelha


O fiasco palmeirense faz pensar e o modelo de gestão corintiano é de apavorar quem luta por decência

NEM QUE goleie o Corinthians, no domingo, em Presidente Prudente, o palmeirense consciente se esquecerá do vexame da última terça-feira.
É quase inexplicável a derrota do jeito que aconteceu diante do Colo Colo. Porque até quando perdeu da LDU o Palmeiras jogou um futebol digno de ser visto.
A apatia do time, a maneira como se deixou marcar pelos chilenos e a incapacidade de levar vantagem mesmo com um jogador a mais durante quase todo o segundo tempo são dessas coisas que obrigam que se pense e, até, repense.
Por mais forte que seja o grupo na Libertadores, nada justifica que o líder do Paulistinha seja o lanterna do torneio, com sérios riscos de eliminação ainda na primeira fase.
Bobagem a história de dizer que Vanderlei Luxemburgo é técnico provinciano, que só ganha Paulistinhas, porque ele não só é pentacampeão brasileiro como já ganhou uma Copa América pela seleção brasileira, além de ter treinado, bem ou mal, o poderoso Real Madrid, mais internacional impossível. Rótulos do tipo, ou piores, também foram um dia pregados em Telê Santana, em Abel Braga, e não passam de asneiras.
O que preocupa, isso sim, porque possível de se medir tecnicamente, é o trauma de Luxemburgo quando seus times ficam em vantagem numérica e são incapazes de se aproveitar disso, complexo que adquiriu quando Camarões, com nove, eliminou o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney.
O Palmeiras pode sim ainda ficar com a segunda vaga de seu grupo, mas, para tanto, precisará examinar com muita frieza o que fez o time desandar em pleno Palestra Itália. E terá de jogar na Libertadores o que joga no Paulistinha.

Bicho pega
A nomeação de André Luiz de Oliveira como diretor administrativo do Corinthians é um escárnio. Duas vezes preso em flagrante por contravenção ligada ao jogo do bicho, além de obrigado a fazer doação para uma casa de caridade por ter ameaçado de morte seu ex-sócio e, pasme, atual diretor de futebol amador do Corinthians, Jacinto Antonio Ribeiro, o Jaça, André Negão, como é conhecido, simplesmente não tem condições nem técnicas para o cargo, como até as pedras do Parque São Jorge estão cansadas de saber.
Este colunista ouviu, não faz um ano, de Andres Sanchez, diante de três vice-presidentes do clube, que André Negão, embora seu amigo, jamais teria cargo no Corinthians.
Pois agora tem, o que dá a medida do quanto vale a palavra de Sanchez. Que perdeu o parceiro Antônio Carlos Zago não apenas por falta de compostura mas também por falta de dinheiro, pois o ex-diretor não aguentava mais jogadores cobrando o que lhe devem. Este é o Corinthians, coitado.

Bicho come
Como o Flamengo pode argumentar que o "custo-benefício de Marcelinho Paraíba não compensou", se não pagou as luvas nem os salários do jogador que repatriou da Alemanha? O Flamengo quer, na verdade, benefício sem custo, o que é mais uma mancha em outro gigante do futebol brasileiro.

blogdojuca@uol.com.br


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