|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Futebol à noite atrai mais gente, afirma FPF
Entidade reúne dados contra
ação de vetar partidas às 22h
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
O presidente da Federação
Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, resolveu contra-atacar os defensores do fim das
partidas às 22h e responder ao
projeto de lei da Câmara Municipal, aprovado em primeira
votação, que proíbe jogos na cidade após as 23h15.
O dirigente tem nas mãos levantamento mostrando que os
jogos "depois da novela" têm
mais público e rendem bilheteria maior aos clubes. Os números foram levantados por funcionários da própria federação.
À Folha o presidente da
FPF, que está de mãos dadas
com a TV Globo, detentora dos
direitos de transmissão do Estadual, divulgou os números,
colhidos até a 11ª rodada do
Paulista, ou seja, sem contar a
jornada deste meio de semana.
Pelo levantamento da federação, nos primeiros 110 jogos
desta edição do Paulista, 43
partidas, ou 39%, foram realizadas no meio de semana.
Só 12% desses duelos, ou 13
confrontos, ocorreram com
início entre as 21h40 e as 22h.
Se forem computados só os jogos com os grandes paulistas
nessa faixa de horário, a média
de público foi de 10.381 pessoas
e a de renda, de R$ 311.266.
Nos duelos realizados em outros horários, também com a
presença dos quatro grandes, a
média de público cai para
7.889, e a de bilheteria fica em
R$ 176.057. Contabilizando todos os jogos no período das
21h50, o público médio é de
8.182 pessoas, contra 2.548 nos
outros horários para o torneio.
O preço médio do bilhete das
partidas das 21h50 é de R$
29,57, contra R$ 20,60 nos outros horários. "Em todos os critérios comparados, o horário
das 22h é o melhor. Se não tivesse a Rede Globo, eu defenderia do mesmo jeito, porque é
o melhor para os clubes", declara Del Nero, que ameaça tirar os jogos da capital paulista
caso o projeto de lei do vereador Antônio Goulart (PMDB)
seja aprovado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM).
"A lei é muito boa, e estou recebendo muito apoio. Todo
mundo quer voltar cedo para
casa", diz Goulart, que é corintiano. "Na última partida do
Corinthians às 22h, cheguei em
casa às 2h e acordo cedo para
trabalhar. E tem ainda a questão do transporte público", defende o vereador.
Para o presidente da FPF, o
Paulista é feito para públicos
distintos. E o trabalhador que
tem de levantar cedo no dia seguinte, diz Del Nero, deve evitar ir aos jogos das 21h50.
"O Paulista é 100% televisionado. Ele pode acompanhar a
partida de casa", diz o cartola,
sugerindo as partidas transmitidas pela Globo e pelo pay-
-per-view. "A maioria dos jogos
é exibida ao vivo. Agora, não dá
para transmitir tudo no mesmo horário", afirma Del Nero.
O dirigente afirma, por
exemplo, que já recebeu reclamações dos clubes por marcar
jogos para o período da tarde,
como o de ontem entre Corinthians x Botafogo, no Pacaembu, que começou às 17h.
Na próxima terça-feira, na
Câmara Municipal, o presidente da FPF promete defender,
com esses dados, o horário das
21h50 em audiência pública
para discutir o assunto.
Dependendo do resultado
obtido, o projeto de lei, que
passou em primeira votação,
será votado novamente pelos
vereadores paulistanos.
Texto Anterior: Foco: Horário incomum irrita torcedores, causa tumulto e muda rotina do bairro Próximo Texto: Robinho ocupa vaga de Neymar e decide jogo Índice
|