São Paulo, quinta, 5 de março de 1998

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Presidente da CBF afirma que o novo coordenador técnico vai ter poder de decisão na comissão técnica

Apesar de estar no prédio da CBF, Zagallo não assiste à apresentação do ex-jogador por Ricardo Teixeira

Paulo Paixão, do Palmeiras, assume o cargo de preparador físico, no lugar de Luiz Carlos Prima, demitido

CBF põe Zico como "sombra' de Zagallo

Rosane Marinho/Folha Imagem
O técnico da seleção brasileira, Zagallo, abraça o coordenador Zico, com quem vai trabalhar na Copa do Mundo da França


SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio


O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, anunciou ontem o ex-jogador e empresário Arthur Antunes Coimbra, o Zico, seu ex-desafeto, para ocupar o cargo de coordenador técnico da seleção até o final da Copa da França.
Zico, 45, foi apresentado ontem à tarde na sede da CBF. O técnico Mario Jorge Lobo Zagallo, que vai dividir o comando da seleção com o ex-jogador, estava no prédio, mas evitou a cerimônia.
"O Zico vai participar da comissão técnica com poderes decisórios", disse Teixeira.
Ele anunciou outra mudança na comissão técnica. O preparador físico Luiz Carlos Prima, que estava na seleção desde a preparação para a Copa de 1994, foi demitido. Em seu lugar, foi contratado o carioca Paulo Paixão, que trabalha no Palmeiras.
O conflito entre Teixeira e Zico começou quando o jogador chamou de caça-níquel a Copa do Brasil, criada pelo dirigente meses após assumir o cargo, em 89.
A divergência entre os dois continuou em 1990. Teixeira foi o principal opositor de Zico quando este assumiu a Secretaria de Esportes no governo de Fernando Collor e esteve contra o seu projeto de lei do esporte (a Lei Zico, aprovada em 1993).
Mas, no ano passado, os dois se uniram nas críticas ao projeto da Lei Pelé, aprovada no início deste ano. Zico tomou partido do presidente da CBF nos pontos mais polêmicos do projeto, sobre clube-empresa, passe e bingo.
A ida para a seleção fez Zico voltar atrás de outra posição. No final de 97, ele recusou uma oferta da federação japonesa alegando que não tinha interesse em trabalhar como técnico de equipe nenhuma.
Admitiu apenas trabalhar como "conselheiro", sem poder de decisão, ao contrário da posição que ocupará a partir de agora.
Apesar de tudo, prometeu independência: "Não faço nenhuma questão de defender o cargo. Vou dar as minhas opiniões".


Colaborou a Reportagem Local


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