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GINÁSTICA
País alcança pela primeira vez cinco pódios em um dia, fatura mais três ouros na Copa e vê dobradinha inédita
Com samba, Daiane fecha dia histórico
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
O último dia da etapa da Copa
do Mundo no Rio vai entrar para
a história da ginástica brasileira.
Com um recorde de cinco medalhas em pouco mais de três horas, o país viu a consagração de
Daiane dos Santos, 21, no solo, as
vitórias dos irmãos Diego, 17, e
Daniele Hypólito, 20, e os primeiros pódios de Camila Comin, 21.
""Foi uma grande festa. Desta
vez, tivemos a chance de mostrar
toda a ginástica brasileira para o
nosso povo. Espero que o esporte
inicie uma nova fase", disse Daiane, que venceu pela quarta vez
consecutiva em Copas e foi ovacionada pelo público no Rio como uma nova estrela do esporte
nacional após apresentar pela segunda vez a coreografia que preparou para os Jogos de Atenas, ao
som do clássico ""Brasileirinho".
Daiane foi a última brasileira a
se apresentar ontem no Riocentro, tirou nota 9,600 -abaixo dos
9,675 pontos obtidos na sexta-feira- e teve o seu nome gritado pela torcida. Após receber o ouro ao
lado de Camila Comin, que ficou
com o bronze, a atleta gaúcha chegou a improvisar uma volta olímpica e terminou sambando no tablado, para o delírio dos fãs.
Aproveitando o fato de a etapa
no Rio estar esvaziada (só 54 ginastas) e não contar com muitos
atletas de elite, como russos e romenos, o que enfraqueceu o nível
técnico do torneio, o Brasil viu
Diego e Daniele conquistarem
dois ouros quase simultaneamente, às 10h20. Ele venceu no salto,
com média final de 9,418. Ela, na
trave, na qual tirou 9,212 e viu Camila obter a prata, formando a
primeira dobradinha brasileira
em um torneio de peso da federação internacional -a Copa só
perde em importância para o
Mundial e os Jogos Olímpicos.
""O resultado foi muito bom.
Agora, espero me aperfeiçoar cada vez mais para chegar muito
bem a Atenas", disse Daniele, que
anteontem havia obtido a prata
nas paralelas assimétricas, quebrando um jejum de pódios que
se arrastava desde agosto de 2003.
Chorando, a atleta do Flamengo, que pode voltar a treinar em
Curitiba, festejou a conquista ao
lado do irmão, que também deixou a Copa com duas medalhas
-anteontem, ao vencer no solo,
Diego, que não tem vaga em Atenas, obteve o primeiro pódio da
ginástica masculina brasileira.
"Esse dia vai ficar na história",
disse Daniele, que quase não foi
escalada para a Copa.
Os outros brasileiros em finais
ontem não foram ao pódio. Mosiah Rodrigues, 22, único atleta da
seleção masculina com vaga em
Atenas e que ganhou a prata no
cavalo com alças no primeiro dia
de finais, acabou em quinto lugar
na barra fixa. Já Michel Conceição, contundido no pé, ficou em
sétimo na barra e nas paralelas.
Além de liderar o evento com
oito medalhas, a ginástica brasileira registrou conquistas fora do
tablado, como o anúncio do ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, que disse que o país terá cinco
novos centros de treinamento, e a
renovação do contrato do técnico
Oleg Ostapenko, que irá dirigir a
seleção feminina adulta e juvenil
-a ser formada- até 2008.
O ucraniano foi o único a evitar
o clima de oba-oba. Disse que o
torneio serviu para testar os brasileiros, mas não acredita que eles
repetirão o sucesso em Atenas. "A
Daiane é a única que tem chance
de chegar à final olímpica."
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