DA REPORTAGEM LOCAL

Para o Palmeiras, a Copa do Brasil é considerada prioridade na temporada. Pois hoje, contra o mineiro Ipatinga, o time terá que fazer o que não consegue desde que foi campeão do torneio, em 1998: fazer prevalecer o fator Parque Antarctica.
Desde então, as eliminações na Copa do Brasil sempre tiveram como características maus resultados do clube em casa.
As últimas quatro foram particularmente traumáticas para o Palmeiras, que hoje precisa de uma vitória por pelo menos três gols para avançar. No jogo de ida, o Ipatinga fez 2 a 0.
Em 2004, último ano que o clube jogou a Copa do Brasil -classificou-se para a Taça Libertadores de 2005 e 2006-, a queda aconteceu nas quartas-de-final, diante de um surpreendente Santo André.
Mas mais surpreendente foi a maneira como ocorreu. Após um empate por 3 a 3 como visitante no jogo de ida, o Palmeiras levou o troco no Parque Antarctica. O time ficou no 4 a 4, depois de estar na frente do marcador por 4 a 2, a menos de dez minutos do fim do jogo.
Em 2003, a tragédia aconteceu no jogo de ida, no Parque Antarctica. A histórica goleada sofrida diante do Vitória (7 a 2) minou as chances de classificação do clube na competição.
Um ano antes aconteceu o que, para muitos palmeirenses, foi o início do inferno astral do clube, que culminou com a queda para a Série B do Brasileiro. A equipe foi eliminada em seu campo pelo ASA de Arapiraca (AL), apesar da vitória por 2 a 1.
Em 2000, o algoz no Parque Antarctica fora o arqui-rival São Paulo, com um 3 a 2. No ano anterior, o Palmeiras ficou no empate em seus domínios com o Botafogo, que se tornaria finalista naquela edição.
Para tentar evitar uma nova decepção em seu estádio, o Palmeiras fez até promoção para atrair mais torcedores para o confronto. Com preços pela metade em todos os setores, a diretoria espera ver o Parque Antarctica lotado nesta noite.
"Gostaria de convocar a torcida a ir ao estádio e ajudar o time a se classificar", disse o diretor de futebol Savério Orlandi.
Mas, para ir à próxima fase, o Palmeiras não deve ter sossego.
Além da controvérsia sobre o aproveitamento de Edmundo desde o início, Caio Júnior terá de resolver outro problema.
Ontem, Wendel virou desfalque de última hora. Para a vaga aberta na lateral direita, o treinador tem duas opções. A primeira é utilizar Amaral, jogador originário da posição. A outra é improvisar no setor o volante Marcelo Costa.
Pela natureza eliminatória da partida, o técnico palmeirense resolveu não dar pistas sobre os titulares da equipe. "Não vou divulgar a escalação para não dar armas para o adversário. Eles também estão fazendo isso", declarou Caio Jr.