São Paulo, sábado, 05 de abril de 2008

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FPF majora sua filiação após boom de clubes

Taxa da federação para registrar time cresce 150% e passa para R$ 500 mil

Nos últimos dez anos, desde a Lei Pelé, 23 clubes foram criados, e entidade tem reforçado seu caixa com renovações anuais


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ficou mais caro tornar-se dono de time de futebol em São Paulo. A partir desta semana, a FPF (Federação Paulista de Futebol) elevou para R$ 500 mil a taxa de filiação de novos clubes, um aumento de 150% em relação ao valor anterior.
A explicação da FPF para a medida é impedir a atuação de grupos sem condições para bancar a estrutura de um time de futebol ou que não sejam clubes formadores de atletas.
De fato, a federação majora seu registro em um momento em que há um boom de times no Estado, o que pode significar aumento em sua receita total.
Nos últimos dez anos, período em que vigora a Lei Pelé, foram criados 23 clubes que estão disputando uma das quatro divisões do Paulista. Hoje, os novatos representam 21,9% dos times de SP em atividade em campeonatos profissionais.
São times criados ou administrados por empresários, por companhias ou sócios, alguns apoiados pelas prefeituras.
A maioria deles se distribui pela Segunda Divisão, primeiro acesso aos torneios profissionais. Nessa, 14 dos 45 times foram criados a partir da Lei Pelé.
Só em 2007 foram cinco times registrados no Estado, que disputarão o campeonato a partir de 19 de abril. Com a taxa antiga, representaram R$ 1 milhão nos cofres da federação.
Se o novo valor já estivesse em vigor, a FPF arrecadaria R$ 2,5 milhão. O acréscimo de R$ 1,5 milhão representaria 12,6% a mais na receita total da FPF em 2007, segundo seu balanço.
A federação já vinha ganhando mais com filiações e registros. De 2006 a 2007, o valor saltou de R$ 2,6 milhões para R$ 3,1 milhões.
Além da filiação, os clubes pagam renovações anuais, no valor de R$ 6 mil. Como há 105 filiados em torneios profissionais, a FPF já garante mais R$ 630 mil só com esse item. São mais 26 filiados não-incluídos em campeonatos adultos.
Ainda há taxas por registro de jogadores, por vistoria de estádios e da Justiça Desportiva.
Entre os representantes do novo boom, Júlio Mariz, da Traffic, que controla o Desportivo Brasil, aprova o aumento. Filiado, o clube ainda não disputa torneios profissionais.
"A taxa maior não deixa que qualquer um monte um clubezinho. Quem entrar precisa ser sério, senão queima dinheiro."
Entre os novatos, o único na Série A1 do Paulista é o Guaratinguetá. Há ainda um time na Série A2 e sete na A3.


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